Paraná
Casal deixa trabalho na cidade para investir em agroindústria
Após cursos do Senar-PR, Elzilene e Claudio Alegre revitalizaram a propriedade e passaram a se dedicar à produção de queijos, manteiga e iogurte
Por: Comunicação Sistema Faep/Senar-PR
Fonte: Comunicação Sistema Faep/Senar-PR
Em 2019, Elzilene Dornelo Alegre trabalhava em um escritório de contabilidade em Jandaia do Sul, na região Norte do Paraná. Quando veio a pandemia, em 2020, diante da incerteza do momento, sentiu a necessidade de investir em um negócio próprio. Ela e o marido, Claudio Alegre, tinham um sítio praticamente abandonado com um pequeno rebanho de gado de corte na zona rural do município. Ao procurarem o Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-Paraná), receberam indicação para investir no gado de leite como uma boa alternativa para revitalizar a propriedade. Elzilene, então, fez o curso do SENAR-PR de derivados do leite e descobriu a vocação de produzir queijos.
“Quando fiz [o curso] na área, me apaixonei. Minha intenção era fazer um produto diferenciado, algo que na cidade não tinha, mas eu não conhecia a produção de leite. Então, fiz o curso de manejo, me encantei e não parei mais”, conta.
Depois das capacitações do SENAR-PR, Elzilene comunicou o marido que iria deixar o emprego na cidade para se dedicar à propriedade rural. Compraram cinco novilhas e começaram a investir na infraestrutura. “A gente só tinha terra com pastagem. Tivemos que começar do zero”, relata a produtora. “O pessoal falava que eu era louca por deixar o escritório”, lembra.
Apesar dos comentários desencorajadores, Elzilene estava decidida a fazer o novo negócio dar certo. Com os cursos do SENAR-PR e a assistência do IDR-Paraná, a produtora foi se familiarizando com a atividade leiteira. Mesmo assim, a mudança não foi fácil, principalmente porque ela passou um ano trabalhando sozinha na propriedade, enquanto o marido mantinha a renda da família com o emprego de operador de colhedora de cana-de-açúcar em uma usina.
Família passou a produzir derivados, como queijos e manteiga
“Eu fazia praticamente tudo, desde a ordenha da manhã, da tarde, produção, vendas, cuidar da casa, administrar dinheiro, compras. Mas era prazeroso no fim do dia, mesmo sendo cansativo, porque eu sabia que estava trabalhando para mim”, afirma.
O negócio começou com uma produção pequena, de 30 litros de leite por dia. Os queijos fabricados começaram a ser vendidos de porta em porta e pelas redes sociais. Os primeiros clientes foram indicando os produtos para outras pessoas e a pequena agroindústria ganhou nome: “Delícias Beni”, uma homenagem aos filhos do casal, Benício e Nicolas.
Ampliando o plantel
Aos poucos, Elzilene foi aumentando a produção e, hoje, o rebanho com 15 vacas produz, em média, 115 litros de leite por dia. Diante do crescimento do negócio, em 2023, Claudio deixou o emprego e passou a trabalhar na agroindústria. Ele, que sempre acompanhou a esposa nos cursos do SENAR-PR, já estava familiarizado com o negócio e assumiu o manejo do rebanho e as entregas. Elzilene ficou com a fabricação dos produtos e com as vendas.
O catálogo de produtos também cresceu. Elzilene produz diversos tipos de queijos, como parmesão, azul, camembert, gouda e prato, além de manteiga e iogurte. “Quando eu comecei a entregar os primeiros queijos, os clientes sempre pediam algo que eu ainda não produzia. De certa forma, eles davam ideias do que eu poderia fazer. Eu sempre respondia ‘ainda não faço, mas vou fazer’”, relata.
Com o aperfeiçoamento da produção de queijos, o casal percebeu a necessidade de melhorar a genética do rebanho. Após o curso de inseminação artificial do SENAR-PR, colocaram os ensinamentos em prática em cinco novilhas. “O plano é, até o final do ano, chegar a 200 litros de leite por dia”, revela a produtora.
Outro objetivo é conseguir manter um estoque dos produtos – que estão sempre esgotados – para atender novos clientes. “O primeiro curso do SENAR-PR fez com que eu me encantasse por esse mundo, que eu não conhecia nada. Me senti acolhida e segura para continuar”, destaca Elzilene. “Hoje, tenho uma qualidade de vida muito melhor do que tive em 13 anos trabalhando na cidade. Além disso, meus filhos também estão envolvidos. O mais velho ajuda na ordenha e na silagem e o pequeno fala que o sonho dele é ser veterinário”, conclui.