CNA debate gestão da água em Encontro de Comitês de Bacias Hidrográficas
Evento ocorreu entre os dias 8 e 12 de setembro, em Vitória (ES)
Brasília (12/09/2025) – A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) participou do 26º Encontro Nacional de Comitês de Bacias Hidrográficas, que aconteceu durante essa semana em Vitória, no Espírito Santo.
O evento reuniu representantes de comitês de bacias de todo o Brasil, além de gestores públicos, usuários da água, representantes da sociedade civil, da academia e outros atores comprometidos com a gestão participativa dos recursos hídricos.
A assessora técnica da CNA Jordana Girardello foi uma das palestrantes do painel “Desafios da Gestão Hídrica Frente às Vulnerabilidades Regionais e Locais”, na terça (9). Ela abordou os desafios e soluções para produzir mais alimentos com menos água.
Em sua fala, Jordana destacou a importância da irrigação para os sistemas produtivos, uma vez que o déficit hídrico é um dos principais fatores limitantes para a obtenção de elevadas produtividades e boa qualidade nas hortaliças, frutas e outras culturas.
“A irrigação é estratégica para promover a segurança alimentar, podendo aumentar a produtividade das áreas em até três vezes. Ela não deve ser considerada isoladamente, mas como parte de um sistema que usa de tecnologias e manejos, como rotação de culturas, cobertura dos solos, manejo integrados de pragas, entre outras”.
Jordana falou sobre como o produtor tem atuado dentro da propriedade rural para aumentar a produção com uso cada vez mais eficiente dos recursos naturais. “Esse ponto é importante e estratégico para o agro, pois não existe alimento sem o uso da água”.
Segundo a assessora, a segurança hídrica é essencial para a produção agropecuária, uma vez que a água é o principal componente de várias frutas e verduras, por exemplo.
Durante sua palestra, Jordana informou que, na cafeicultura, a produção irrigada no país representa pouco mais de 12% do parque cafeeiro, porém as áreas irrigadas são responsáveis por 30% da produção nacional de café, devido a alta produtividade do cultivo irrigado comparado com o cultivo de sequeiro.
“A irrigação também pode melhor a qualidade do café porque plantas sujeitas ao déficit hídrico podem produzir grãos muitas vezes pequenos e com níveis de defeitos maior”, disse.
A representante da CNA falou ainda sobre o uso da irrigação na cultura do arroz, do feijão, na fruticultura e na pecuária; sobre as práticas sustentáveis já adotadas pelos produtores que contribuem para as mudanças climáticas no país; sobre o papel do Sistema CNA/Senar nas negociações sobre o tema dentro da Conferência do Clima.
Por fim, Jordana Girardello pontuou sobre os desafios das mudanças climáticas e da reservação de água para o setor agropecuário.
Na quinta (11), a assessora também palestrou no painel temático “Transição Energética e os Desafios para a Gestão da Água e do Clima”. Ela apresentou o estudo “Avaliação da Demanda Energética na Agricultura Irrigada para Apoio na Condução de Políticas Públicas do Planejamento Setorial”, solicitado pelo Sistema CNA e executado pela Universidade Federal de Itajubá (MG).
Jordana moderou um debate sobre o tema "Caminhos para um Uso Consciente da Água”. Os palestrantes abordaram os desafios do monitoramento hidrológico na gestão eficiente dos recursos hídricos, a adoção de práticas e tecnologias que aumentam a eficiência da irrigação e a necessidade de integrar planejamento e responsabilidade social para promover a conscientização e a resiliência dos territórios.
O Sistema CNA/Senar, em parceria com a Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Espírito Santo (Faes), os Sindicatos Rurais e o Senar, também marcou presença no encontro com um estande que apresentou as principais ações desenvolvidas em prol do produtor rural. O espaço se tornou ponto de encontro de produtores de todo o Brasil, promovendo a troca de experiências e fortalecendo a rede de irrigantes atuante nos Comitês de Bacias Hidrográficas do país.
