ALIMEN T AN D O O B R A SILEIRO

CNA debate logística de transporte de grãos e perspectivas para 2025
19 11 2 EDIT

Comissão Nacional de Infraestrutura se reuniu na terça (19)

19 de novembro 2024
Por CNA

Brasília (19/11/2024) – A Comissão Nacional de Logística e Infraestrutura da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil se reuniu, na terça (19), para discutir a logística de transporte de grãos no período de 2010 a 2023 e as perspectivas para o próximo ano, além de conhecer o sistema portuário da OSX Açu, apresentando como uma alternativa para as soluções logísticas para o agronegócio da Região Sudeste.

A reunião foi aberta pelo presidente da comissão, Mário Borba, e contou com a coordenação da assessora técnica, Elisangela Pereira Lopes, e participação de representantes das federações estaduais de agricultura e pecuária.

O balanço da matriz de transporte de grãos no período entre 2010 e 2024 e as perspectivas para o próximo ano foram apresentados pelo coordenador do Grupo de Pesquisa e Extensão em Logística Agroindustrial da Esalq-Log, Thiago Guilherme Péra.

O especialista em logística fez uma análise da evolução do transporte de grãos no Brasil de 2010 a 2023 por meio de corredores logísticos. Ele enfatizou que o país aumentou sua dependência do transporte rodoviário, que passou de 44,7% para 54,2% no escoamento da produção, enquanto a participação das ferrovias não avançou proporcionalmente. Por outro lado, houve um crescimento das hidrovias, especialmente no Arco Norte, um corredor logístico em expansão.

Thiago também observou que, no mercado doméstico, o caminhão responde por mais de 96% do transporte, o que reforça sua importância, apesar do potencial das hidrovias e ferrovias para reduzir custos e aumentar a competitividade das agroindústrias. A produção de grãos, como soja e milho, continua a depender fortemente do transporte rodoviário, embora tenha havido um aumento no uso de portos e ferrovias.

Imagem

Ele compara os custos logísticos entre o Brasil e os EUA. “No Brasil, a distância média entre as fazendas e os terminais de exportação é de 625 km, muito maior que nos EUA, onde a média é de 80 km”, disse.

Péra alerta para os desafios até 2025, com preços de frete em alta. Segundo ele, para melhorar a competitividade, o Brasil precisa investir mais em infraestrutura multimodal e reduzir a dependência do transporte rodoviário.

Elisangela destacou a importância de análises detalhadas dos corredores logísticos no Brasil, como forma de identificar os pontos críticos e melhorar a infraestrutura. Ela acredita que as federações podem se beneficiar de ferramentas que aprimorem esses dados para um planejamento mais eficiente.

Sobre a Ferrogrão, Elisangela enfatiza a necessidade urgente de sua implementação como forma de solucionar parte relevante dos gargalos logísticos do país, especialmente no Arco Norte. “A CNA aguarda uma decisão do Supremo Tribunal Federal para que o projeto finalmente saia do papel”, disse.

Para ela, a grande preocupação é o descompasso entre o crescimento da produção agropecuária e a infraestrutura logística, que tem avançado muito mais lentamente. "A produção cresce de quatro ou cinco vezes mais rápido que a infraestrutura, e isso pode afetar a competitividade do Brasil no mercado global", enfatizou a assessora técnica.

O diretor presidente da OSX, Thiago Lemgruber Porto, apresentou para as federações estaduais o sistema portuário da OSX Açu, no Rio de Janeiro, como solução logística para o agronegócio da Região Sudeste. Segundo ele, a infraestrutura no Complexo Portuário do Porto do Açu tem investimentos em dragagem, obras civis e infraestrutura portuária.

Durante a reunião o assessor técnico da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg), Alexandro Santos, também debateu sobre as notificações da Ecovias aos produtores rurais no estado, referente a concessão da BR-153. Segundo o estudo em elaboração pela Faeg, o cumprimento dessa notificação resultaria na elaboração de estudos e na execução de obras para atender os 755 acessos terrestres às propriedades rurais, a serem custeados pelos produtores rurais situados na área de influência da rodovia.

Áreas de atuação