CNA debate oportunidades no mercado internacional para o arroz brasileiro
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Entidade participou, na terça (18), da 35ª Abertura da Colheita do Arroz no RS
Brasília (20/02/2025) – A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) participou de um debate sobre as oportunidades do mercado internacional para o arroz brasileiro, na terça (18), durante a 35ª Abertura Oficial da Colheita do Arroz em Capão do Leão (RS).
O evento é uma realização da Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz), Embrapa e Senar Rio Grande do Sul.
O vice-presidente da CNA e presidente da Federação da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul (Farsul), Gedeão Pereira, foi o mediador do debate e destacou que o mercado internacional é importante para escoar a produção brasileira.
"Somos uma potência agrícola em commodities. Você vai para fora e não encontra as marcas brasileiras nos supermercados. Por isso a CNA tem estimulado a participação de pequenos e médios produtores em feiras e rodadas de negócios internacionais, por meio do projeto Agro.BR , em parceria com a ApexBrasil."
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A diretora de Relações Internacionais, Sueme Mori, apresentou dados da balança comercial do agro brasileiro do estado, destacando os principais produtos exportados, e ressaltou que, mesmo que ainda pequena, a presença do arroz brasileiro no mundo é significativa, principalmente para países da África e Américas.
“O Brasil é o principal produtor no mundo ocidental e somos muito importantes para os países do ocidente devido aos tipos de arroz consumidos nesses mercados.”
De acordo com ela, a Ásia é onde estão os maiores consumidores de arroz do mundo, porém, é um arroz diferente do brasileiro e, por isso, o país tem potencial para ampliar as exportações principalmente para a África e América Latina.
“A previsão para os próximos 10 anos é que o consumo de arroz cresça, mundialmente, cerca de 1%. Parece que é pouco, mas não é. A África tem uma previsão de crescimento de consumo três vezes maior do que a média mundial. Existem dois fatores que puxam a compra de alimentos: aumento de renda e aumento de população e isso está acontecendo na África.”
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Sueme citou ainda mercados favoráveis ao arroz brasileiro como o México, devido a tarifas diferenciadas por meio de um pacote (Pacic) que prevê isenção de imposto para importação de itens da cesta básica.
“O exemplo do México é emblemático porque comprova como a redução de tarifas e abertura de mercados são fundamentais para a ampliação da participação do agro brasileiro em mercados internacionais.”
Outro item debatido foi a preocupação do setor com a EUDR, lei antidesmatamento da União Europeia que impõe barreiras ambientais para a entrada de produtos agropecuárias no bloco europeu. A lei foi adiada e deve entrar em vigor em janeiro de 2026.
“A União Europeia é o segundo destino das exportações do agro brasileiro, com 12% do que vendemos. A EUDR impacta atualmente sete cadeias como carne bovina, café, cacau e soja, mas podem ampliar. A medida protecionista pune especialmente os países menos desenvolvidos que produzem alimentos, como o Brasil ”, afirmou Sueme.