CNA discute perspectivas do agro brasileiro e comércio com países islâmicos
Superintendente de Relações Internacionais e vice-presidente da Fambras participaram de live promovida pela Universidade Federal de Pelotas
Brasília (30/09/2020) – A superintendente de Relações Internacionais da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Lígia Dutra, participou, na noite de terça (29), de um debate virtual sobre as perspectivas do agronegócio brasileiro e o comércio com os países islâmicos.
O evento foi promovido pela Universidade Federal de Pelotas, no Rio Grande do Sul, e teve a participação do vice-presidente da Federação das Associações Muçulmanas do Brasil (Fambras), Ali Zoghbi, e a moderação dos estudantes Franciele Kroessin e Henrique Peglow , do Programa de Educação Tutorial da Engenharia Agrícola da universidade.
Lígia falou sobre a atuação da CNA na área internacional, que contempla duas frentes. A primeira é a promoção comercial, em que a CNA busca, por meio de projetos como o Agro BR, desenvolvido em parceria com a Apex-Brasil, inserir pequenos e médios produtores no comércio internacional, além de diversificar a pauta de exportações e ampliar os mercados consumidores dos produtos brasileiros.
“Nossas exportações são concentradas em produtos que fizeram um bom trabalho de desenvolvimento da cadeia produtiva. Mas queremos ampliar a competitividade para outros setores”, ressaltou. Outro foco da CNA são os acordos comerciais, dando suporte ao governo brasileiro nas negociações para acessar outros países com menores tarifas e vantagens competitivas.
“Acordos comerciais são importantes para o país ganhar competitividade. Fechamos um acordo com a União Europeia e o governo brasileiro tem negociado acordos com outros importantes mercados, como Canadá e Coreia do Sul”, lembrou.
A superintendente também destacou o potencial dos países islâmicos, destino de 17% dos embarques totais de produtos do agro brasileiro. Ela destacou que o certificado Halal, que serve para países árabes atestarem a qualidade dos produtos brasileiros que cumprem as exigências dos países islâmicos, é uma forma de agregação de valor, fator que o Brasil precisa buscar para seus produtos para ser mais competitivo.
Os itens mais exportados para os países islâmicos em 2019 foram: açúcar em bruto, com marketing share de 19,7% nas exportações brasileiras, seguido por milho (15,4%), carne de frango (15,4%), soja em grãos (9,7%) e carne bovina in natura (9,2%).
Lígia Dutra ressaltou que, apesar do Brasil ser o terceiro maior fornecedor mundial de alimentos, sua participação no comércio mundial ainda é pequena, com 7,2% de participação. “Exportamos metade do que exporta a União Europeia (UE). É pouco perto da nossa capacidade”. Ela destacou, ainda, a resiliência do setor durante a pandemia para garantir a oferta de alimentos no mercado interno e manter o ritmo das exportações.
Já o vice-presidente da Fambras falou sobre a atuação da entidade e sobre as exigências dos países islâmicos para obtenção do certificado Halal, além das relações com o Brasil, que na sua avaliação tem sido um importante fornecedor para o mundo árabe, principalmente de proteínas animais. Falou, também, do potencial de outros produtos brasileiros, como frutas, caprinos e peixes para entrar no mercado islâmico.
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