CNA participa de audiência pública sobre entraves na pesquisa científica no Brasil
Diretora executiva do Instituto CNA, Monika Bergamaschi, representou a entidade no debate
Brasília (28/10/2025) - A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) participou, na terça-feira (28), de uma audiência pública na Subcomissão Especial Simplifica Ciência, vinculada à Comissão de Ciência, Tecnologia e Inovação da Câmara dos Deputados, que discutiu os entraves à pesquisa científica no Brasil.
O encontro, requerido pelo deputado federal Vitor Lippi (PSDB/SP), teve como objetivo avaliar os impactos da burocracia sobre o desenvolvimento da pesquisa científica no país.
A diretora executiva do Instituto CNA, Monika Bergamaschi, representou a entidade no debate e destacou a relevância do tema em discussão. “A ciência tem uma importância extraordinária no nosso setor produtivo. Hoje, o ICNA tem uma roupagem voltada à inovação, pois essa foi a orientação do presidente da CNA, João Martins”.
Mônika ressaltou o trabalho de pesquisa realizado pela Embrapa, que transformou a agropecuária brasileira. “O Brasil, na década de 70, era importador de alimentos. E graças à pesquisa tecnológica, ao desenvolvimento das tecnologias para a agricultura tropical, com as adaptações feitas ao nosso clima, solos, é que hoje temos essa exuberância que é o nosso agro”.
Segundo ela, para que haja mais ciência e tecnologia, é preciso de mais investimentos e menos contingenciamento.
“Precisamos de mais ciência, de desenvolvimento tecnológico, de segurança jurídica e institucional. Sem isso será impossível planejar e buscar soluções aos desafios que se apresentam ao agro, seja com as mudanças climáticas, seja nas demandas dos mercados”.
Mônika também pontuou o trabalho desenvolvido pelo Instituto CNA voltado para inovação tecnológica.
“Temos feito um trabalho voltado para oferecer melhores perspectivas de futuro aos pecuaristas do nordeste, com assistência técnica, e um projeto de pesquisa em parceria com a Embrapa no desenvolvimento de forrageiras para o semiárido, por exemplo”.
Ela também destacou a criação do HUB CNA Digital para investir em startups e facilitar a vida dos pequenos e médios produtores rurais, mostrando que o acesso à inovação tecnológica é possível e viável.
E acrescentou. “Buscamos fazer parcerias com quem já está no campo, oferecendo cada vez mais aos produtores rurais, pequenos e médios, condições para que tenham produtos de excelência. O Brasil é uma das poucas nações que possuem terra, clima favorável, tecnologia tropical adaptada, e recursos humanos preparados”.
Segundo ela, uma pesquisa realizada pela Agência Paulista de Tecnologia em Agro do Governo de São Paulo demonstra que, para cada real investido em tecnologia, o retorno para a sociedade é de R$ 22,20, o que reforça a importância do tema. “A gente precisa trazer mais deputados, senadores e a sociedade brasileira para a mesa de debate”.
Também participaram do debate representantes da Embrapa, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), da Universidade de Brasília (UnB) e da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI).