Brasília (11/07/2025) – Nesta semana, os técnicos do projeto Campo Futuro da CNA visitaram três regiões para levantar os custos de produção da pecuária de corte, hortaliças, frutas, café arábica e avicultura de corte.
Os painéis, realizados na Bahia, São Paulo, Paraná, Minas Gerais e Rio Grande do Sul, contaram com a presença de produtores rurais e representante de sindicatos, cooperativas, associações e das Federações de Agricultura e Pecuária dos Estados.
Veja como foram os levantamentos:
Pecuária de corte – Os encontros para análise de custos da pecuária de corte ocorreram na Bahia. Em Feira de Santana, a propriedade modal definida possui 420 hectares, sendo 334 hectares de pastagem, com sistema de recria e engorda de bovinos em pasto e fornecimento de suplementação mineral (proteinado). A aquisição dos animais de reposição respondeu por 60,1% do Custo Operacional Efetivo (COE).
Já em Itamaraju, a propriedade modal tem área total de 500 hectares, sendo aproximadamente 330 hectares de pastagem e sistema de produção de cria a pasto com suplementação mineral. A mão de obra foi o item de maior peso no COE, representando 34,9%, seguida pela suplementação mineral (29,1%).

No município de Itapetinga, a propriedade também trabalha com sistema de cria de bovinos a pasto com suplementação mineral. A área total é de 600 hectares, sendo cerca 500 hectares de pastagem. O custo operacional efetivo foi estimado em R$ 133,55/@ vendida. A suplementação mineral e mão de obra foram os custos de maior peso no Custo Operacional Efetivo – 25,8% e 25,2%, respectivamente.

Hortaliças – Os painéis de hortaliças analisaram os custos de produção do tomate em Reserva, no Paraná. Segundo os produtores, há grande variação entre portes de propriedade, assim como o pacote tecnológico adotado, mas o modal é o de produtores que cultivam 5 hectares por ciclo, com 10 mil plantas por hectare e produtividade de 3 mil caixas/ha. O sistema é semimecanizado, com alta demanda de mão de obra.

Fruticultura – Em Marialva, São Paulo, foi a vez dos produtores de uva participarem dos painéis do Campo Futuro. Os produtores relataram que, para a safra principal, a produção tem reduzido ano a ano, com projeção de 15 toneladas por hectare. Para a safra temporã, os resultados se mostram um pouco melhor, 20 ton/ha. A propriedade que representa a região, possui 0,6 hectares cultivados, com predomínio de mão-de-obra familiar, na gestão e condução da atividade.
Café – O levantamento de custos do café arábica foi realizado em Londrina, no Paraná. A propriedade modal da região foi mantida em relação a 2024, com 10 hectares produtivos em sistema semimecanizado e produtividade de 30 sacas/ha. O COE teve aumento de 49% em relação ao painel anterior. O acréscimo foi impulsionado principalmente pelos maiores desembolsos com produtos fitossanitários (113%) e com mão de obra para colheita (111%).

Grãos – Os técnicos também estiveram na região de Campo Florido, em Minas Gerais, para coletar os dados de produção de grãos. O painel de custos registrou produtividade média de 65 sacas por hectare para a soja e de 110 sacas para o milho segunda safra. Entre os custos, destaca-se o aumento de 43% no valor dos fertilizantes para a soja e a elevação de quase 69% nos insumos totais do milho, puxados principalmente por herbicidas e fertilizantes.

Avicultura de corte – O Campo Futuro passou ainda por Bento Gonçalves, Rio Grande do Sul, para levantar os custos da avicultura de corte integrada. A propriedade modal produz frango griller em galpões de pressão negativa. O Custo Operacional Efetivo (COE) totalizou R$ 0,66 por ave. As despesas com insumos para aquecimento da granja representaram 38,9% do COE, seguido pela manutenção (27,2%).

Conheça o projeto Campo Futuro: https://www.cnabrasil.org.br/projetos-e-programas/campo-futuro