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CNA se reúne com fundos de previdência complementar para debater investimentos no agro
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Em encontro na sede entidade, presidente da Confederação, João Martins, defendeu mais fontes de recursos para o setor

21 de novembro 2018
Por CNA

Brasília (21/11/2018) – A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) promoveu nesta quarta (21) o “Diálogo Executivo com Entidades de Previdência Complementar: potencial de investimentos na agropecuária brasileira”.

O evento reuniu diretores de entidades de previdência complementar, executivos e produtores rurais para apresentar o potencial de investimentos na agropecuária brasileira, em segmentos estratégicos para o País, considerando a sustentabilidade, a segurança energética, a crescente demanda mundial por alimentos e as oportunidades de mercado para o Brasil.

Na abertura do encontro, o presidente da CNA, João Martins, destacou os recordes de produção agropecuária no país e disse que o desenvolvimento da atividade demanda mais fontes de recursos para reduzir a dependência do crédito oficial.

“A CNA tem se preocupado com a redução dos recursos do governo no setor. Estamos buscando alternativas para levar recursos para o setor agropecuário, porque seu crescimento é irreversível. Temos uma perspectiva fantástica para o setor, mas a velocidade para chegarmos onde podemos chegar depende dos recursos. E por isso estamos conversando com os fundos de pensão para que eles possam pôr recursos no segmento”, ressaltou.

Na avaliação do vice-presidente da CNA e presidente da Comissão Nacional de Política Agrícola da CNA, José Mário Schreiner, o governo não tem mais a capacidade de dar as respostas que o setor precisa. Desta forma, completou, “é preciso buscar novos caminhos para se investir em infraestrutura, logística, além de aumentar o acesso ao seguro rural e dar segurança jurídica para que os investidores tenham retorno”.

Para o 2º vice-presidente de Finanças, Muni Lourenço, a CNA está empenhada em fomentar alternativas de financiamento e a maior inclusão financeira dos produtores rurais, aproximando-se do mercado financeiro e de capitais. “É fundamental buscar novas fontes de recursos para o setor agropecuário, que é intensivo em capital e tecnologia”.

De acordo com o secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Wilson Vaz de Araújo, o crédito oficial financia de 30% a 35% da atividade rural. “Diante dos recursos movimentados pelos fundos de pensão e com todo o potencial que o agro tem e o avanço das cadeias produtivas, é um bom caso de investimentos para atrair esses recursos”.

Os representantes das entidades de previdência complementar receberam bem a proposta de se investir no agro. Segundo Moacir Teixeira, sócio fundador do Grupo Ecoagro, que atua no segmento de mercado de capitais para o agronegócio, o encontro foi um pontapé inicial para tentar trazer para a atividade uma importante fonte de financiamento no longo prazo.

“Por falta de opção, os fundos de pensão acabam aplicando 90% dos seus recursos em títulos públicos e queremos direcionar uma parte para o setor agropecuário”, afirmou Teixeira.

Para José Carlos Grangeiro, diretor financeiro do fundo de pensão dos servidores da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), “quanto mais se investir em setores como agricultura e pecuária, que geram crescimento, você está girando capital ao invés de ficar só pagando juros de dívidas”.

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