E-Tec 10 anos – A certeza do futuro no agro
João Ferreira faz parte da história dos 10 anos dos cursos profissionalizantes do Senar
Brasília (10/03/2025) – Testemunhar os desafios da família na área rural de Barra do Piraí (RJ) criou uma certeza para João Ferreira: só a educação poderia transformar aquela realidade, abrir portas, dar as ferramentas necessárias para enfrentar os múltiplos desafios da atividade no campo.
A partir de segunda (10), uma série de reportagens irá mostrar exemplos de profissionais de várias partes do país que cursaram os cursos técnicos do Senar, os desafios que enfrentaram para estudar e a trajetória na busca por uma colocação no mercado de trabalho.
As reportagens também vão ouvir os tutores dos cursos, homens e mulheres que se dedicam integralmente à arte de ensinar para formar profissionais e transformar cidadãos.
Veja mais aqui Rede e-Tec Brasil no Senar sobre os cursos técnicos.
Exemplo - João Ferreira se deu conta do amor da família pelo meio rural ainda criança, quando os avós eram caseiros em uma propriedade da região. Com muito sacrifício e com a experiência da “lida no campo”, eles decidiram alugar um “pedaço de terra” no interior do Rio de Janeiro.
Viram naquele negócio uma oportunidade para melhorar de vida e apostaram na pecuária de leite. Ao mesmo tempo que testemunhava o amor da família pela atividade, João Ferreira observava as dificuldades do avô e do tio, principalmente na gestão dos negócios.
“Minha família é de pequenos pecuaristas de leite, sempre fui criado nesse meio. Vi de perto os desafios da bovinocultura leiteira, não só na nossa região, mas em todo o Brasil. Essa vivência me transmitiu a paixão pelo agro.”
Paixão que levou a uma certeza: seu futuro seria no agro. Para isso, a educação era a única alternativa possível. Quando iniciou, em 2018, a faculdade de Engenharia de Agronegócios, João Ferreira apostou também na formação técnica do Senar e ingressou, um ano depois, no curso de Agronegócio.
Era a oportunidade para aprimorar os estudos e fortalecer o currículo. “Diante das dificuldades da minha família na gestão da propriedade, o curso técnico veio no momento perfeito. Foi uma ferramenta para melhorar a administração, trazer novas ideias, ter novos insights, conhecer outras culturas, outras pessoas. Uma experiência transformadora.”
O aprendizado adquirido no curso técnico não serviu apenas para a prática no campo, mas também foi fundamental para o então estudante concluir sua graduação na faculdade.
“Algumas das matérias específicas que vi no fim do curso universitário já haviam sido abordadas no curso técnico, o que me ajudou muito, inclusive no trabalho de conclusão das disciplinas”.
Dificuldades - A maior dificuldade, segundo ele, foi equilibrar a rotina de trabalho e estudos – uma realidade enfrentada por milhões de brasileiros.
“Foi um grande desafio. Sempre procurei não deixar as matérias acumularem e seguir um cronograma. Mesmo que o curso sugira um planejamento, acho importante cada um personalizar o seu, de acordo com sua própria rotina. Às vezes, conseguimos avançar mais, outras menos, e tudo bem. O importante é manter o foco.”
Em 2020, um obstáculo surgiu no caminho. A pandemia de Covid 19 exigiu, nas questões educacionais, capacidade e agilidade de adaptação do curso de toda a equipe do Senar. “Algumas visitas técnicas foram feitas de forma online. Ferramentas novas foram incorporadas ao curso. Tivemos até uma experiência virtual incrível.”
Toda a tecnologia veio para complementar aquilo que para João Ferreira foi fundamental em seu curso: a dedicação de profissionais comprometidos em educar. Entre tantos, ele cita como exemplo a tutora Carolina Catello Branco Barros, sua orientadora no projeto final do curso.
“Uma professora excepcional. O amor que ela tem pelo setor inspira todo mundo. As histórias que ela contava, os exemplos que trazia. Tudo isso nos motivava a ir além.”
Novos desafios - João Ferreira sabe que a educação abre portas e pavimenta caminhos. No início de 2025, ele se mudou para Campo Grande, Mato Grosso do Sul, para assumir a vaga em uma multinacional brasileira. Quando questionado sobre os planos para o futuro, João, com 25 anos, continua tendo uma certeza: o amor pelo trabalho com o agro.
“Não sei onde Deus vai me levar, mas quero seguir no agro e motivar outras pessoas para conhecer o setor. Meu sonho é, daqui a alguns anos, ter minha própria propriedade, viver dela, criar meus filhos e seguir fazendo o que amo. Afinal, esse é o sonho de todo brasileiro apaixonado pela agropecuária.”
