Paraná
Encontro de produtoras rurais em Cascavel reúne 650 mulheres
Realizado pela comissão de mulheres do sindicato rural local, com apoio do Sistema FAEP/SENAR-PR, evento abordou gestão de propriedades, entre outros temas
Nesta quinta-feira (4), a representatividade feminina no agronegócio esteve em destaque em Cascavel, no Oeste do Paraná. O 10º Encontro de Produtoras Rurais, que acontece tradicionalmente no município, mobilizou 650 mulheres de diversas regiões do Estado para um dia de palestras e debates. O evento foi promovido pela Comissão Feminina do Sindicato Rural de Cascavel, grupo local que integra a Comissão Estadual de Mulheres da FAEP (CEMF), com apoio do Sistema FAEP/SENAR-PR.
A comissão local de Cascavel surgiu há 10 anos com o objetivo de unir as mulheres e fortalecer a presença feminina no sindicato rural. Desde então, o grupo tem se desenvolvido, expandindo suas ações e obtendo reconhecimento pelo trabalho na região. Na abertura do encontro, a presidente Maria Beatriz Orso, que também compõe a coordenação regional da CEMF, frisou o crescimento da participação das mulheres em diversos âmbitos do setor rural, dentro e fora das propriedades rurais. “As mulheres estão despertando interesse dentro da nossa cadeia produtiva. Hoje, a mulher está se capacitando, buscando resultados e conquistando espaço, mostrando sua capacidade empreendedora e participando das decisões. Faz parte da diretoria de sindicatos, associações e cooperativas para nos representar, levando sua contribuição política para dentro do sistema”, afirmou.
Maria Beatriz Orso, presidente da Comissão de Mulheres do Sindicato Rural de Cascavel
A coordenadora da CEMF e vice-presidente do Sistema FAEP/SENAR-PR, Lisiane Rocha Czech, apontou a capilaridade alcançada desde a criação da Comissão Estadual em 2021. Hoje são 31 grupos locais formados nos sindicatos rurais, com mobilização de mais de 1,3 mil mulheres. “Quando surgiu o convite para estar à frente da Comissão Estadual, me perguntei como iríamos conseguir, mas o resultado está aqui. Não posso deixar de citar a participação da comissão de Cascavel nesse processo, madura, com anos de experiência. Essas experiências, nossos erros e acertos, nossa união, é isso que faz o nosso grupo crescer”, disse.
Lisiane Rocha Czech, coordenadora da CEMF e vice-presidente do Sistema FAEP/SENAR-PR
Na avaliação do presidente do Sindicato Rural de Cascavel, Paulo Orso, as mulheres paranaenses vêm demonstrando muita força em suas mobilizações, o que representa um imenso potencial para o setor como um todo. “O sindicato rural consegue ajudar a Federação graças à família rural, que tem a mulher como figura central. Espero que as comissões cresçam no Paraná, criando oportunidades a tantas outras mulheres”, declarou.
Paulo Orso, presidente do Sindicato Rural de Cascavel
Durante a abertura do evento, o prefeito de Cascavel, Leonaldo Paranhos, destacou a inserção das mulheres em diversos setores da economia, além do agronegócio, e reconheceu a importância dessa conquista. “A gente tem visto anúncios no mundo sobre o desempenho das mulheres. No ano passado, a revista Forbes trouxe uma lista das ‘100 Mulheres Poderosas do Agro’. A palavra ‘poderosa’ não está concentrada apenas nessas 100 mulheres, mas mostra a realidade”, concluiu.
Programação
O 10º Encontro de Produtoras Rurais promoveu atividades ao longo do dia, promovendo a troca de experiências entre as participantes. O evento contou com palestras sobre desafios, representatividade e futuro do agronegócio, saúde física e mental, qualidade de vida e relacionamento familiar, além apresentações musicais e sorteio de brindes.
O economista e professor da Universidade Estadual Paulista (Unesp) Thiago Bernardino de Carvalho falou sobre os desafios da gestão de propriedades rurais no futuro do agronegócio brasileiro. Em sua apresentação, destacou a necessidade de se investir em capital humano, tecnologia e infraestrutura para gerar bons resultados no campo e atender às demandas da população mundial.
“O Brasil tem mais terras agrícolas sem uso do que qualquer outro país. A América do Sul tem grande quantidade de água disponível. O que precisamos é melhorar a nossa vantagem competitiva. Gestão não é só custos, envolve todo o ambiente da propriedade. O mundo está de olho no Brasil e o produtor precisa estar atento às principais preocupações destes países e a todos os processos que estão acontecendo”, resumiu.