Excelência em qualidade leiteira
<p>Propriedade atendida pela ATeG do SENAR conquista o primeiro lugar entre os quase 3 mil produtores que integram a Piracanjuba no Sul do País </p>
Os avanços na qualidade do leite produzido por José Mauro Bremm e Ivone Maria Bremm, na linha Arabutã, interior de Maravilha, no extremo oeste catarinense, garantiram ao casal o primeiro lugar em qualidade leiteira entre os quase 3 mil produtores que integram a Piracanjuba no Sul do País. O prêmio foi alcançado após os produtores iniciaram o acompanhamento feito pela Metodologia de Assistência Técnica e Gerencial (ATeG) em bovinocultura de leite desenvolvido pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR/SC) por meio de convênio com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA).
“Sem esse acompanhamento e as orientações recebidas não teríamos identificado onde precisavam ser aplicadas melhorias, mas graças as adequações feitas evoluímos além do que imaginávamos. Estamos muito satisfeitos e pretendemos continuar aprimorando as técnicas e realizando o controle gerencial”, afirmam os produtores.
Há um ano, o casal passou a receber a visita do técnico de campo e viu os resultados positivos na prática. A Contagem de Células Somáticas (CCS) caiu de quase 350 para uma média de 80, a Contagem Bacteriana (CBT) reduziu de 63 para menos de 20, o índice de gordura chegou a 4,62 e de proteína 3,60. “Os números atingidos são considerados dentro dos padrões exigidos pela normativa e que colocaram os produtores em destaque ressaltando a importância da assistência técnica e gerencial na propriedade”, destaca o presidente do Sistema FAESC/SENAR, José Zeferino Pedrozo.
De acordo com o técnico de campo, Henrique Otavio Guella foram aplicadas melhorias no manejo, pastagem, higienização e sanitização dos equipamentos de ordenha e resfriamento. “Também realizaram o descarte de vacas que não tinham mais boa produção e adquiriram novilhas para cria”, explica. Segundo ele, as melhorias não foram apenas na qualidade, mas também no aumento de cerca de 80% na produção de leite, saindo de 100 litros/dia para 180 litros/ dia com 10 vacas em lactação que o produtor tem”, complementa.
O supervisor técnico Leandro Simioni salienta que a propriedade vem recebendo bem e aplicando as orientações recebidas e com os ajustes de alguns detalhes as melhorias foram visíveis. “Depois que o manejo é adequado oo resultados aparecem e o desafio é a manutenção. A família Bremm tem feito isso muito bem, prova disso é a premiação”. Simioni observa que quanto maior a qualidade melhor o retorno financeiro para os produtores. “Cada melhora significa um incremento na produção e no valor recebido pelo litro do leite”.
O superintendente do SENAR/SC Gilmar Antônio Zanluchi observa que a ATeG ultrapassa o seu primeiro ano de execução com resultados expressivos de melhorias nas propriedades rurais. “Diariamente testemunhamos relatos de avanços significativos. Isso demonstra o comprometimento dos técnicos de campo e o engajamento dos agricultores para que os resultados sejam alcançados. Ao final queremos beneficiar a ponta mais importante da cadeia produtiva: os produtores”.
A supervisora do SENAR/SC na região do extremo oeste, Grasiane Viêra Bittencourt, relata que durante os acompanhamentos é visível a mudança de comportamento e a adoção de novas técnicas para melhorias pontuais, que refletem diretamente na produção. “Em geral os índices já são bons, mas com as orientações técnicas e gerenciais sendo seguidas gradativamente são registradas melhorias”.
O coordenador estadual do programa Olices Osmar Santini salienta que diante de um momento difícil com relação a remuneração do produtor é importante ter tecnologias que melhorem a produção e diminuam os custos. “Quanto melhor for o processo produtivo melhor também será a qualidade e isso refletirá diretamente no valor pago pelo litro do leite. A ATeG atua fortemente na melhoria dos processos para que os resultados dos produtores sejam os melhores possíveis garantindo a permanência na atividade”.
Valorização
O coordenador de qualidade de leite cru da Piracanjuba Marcos Tulim informa que no Encontro Anual de Produtores Piracanjuba, ocorre o concurso da Melhor Qualidade de Leite, os dados de qualidade dos últimos 12 meses são avaliados através de estatística e os produtores classificados em um ranking por distrito leiteiro e os três primeiros disputam a grande final. “A família Bremm foi a melhor levando em consideração CCS, CBT, proteína e gordura do leite. O objetivo da premiação é incentivar os produtores para que invistam constantemente em qualidade para que sejam reconhecidos e tenham incremento na rentabilidade”, esclarece.
Conforme o coordenador, mensalmente a Piracanjuba coleta duas amostras de leite de cada produtor, com finalidade de avaliar a qualidade do leite para garantir que estejam de acordo com as exigências da Normativa e o padrão da empresa. “A cada avanço na qualidade existe uma bonificação específica. Em leites com a CCS abaixo de 200, por exemplo, o incentivo é de 10 centavos”.
Tulim observa a importante contribuição do Sistema FAESC/SENAR-SC para a melhoria da qualidade do leite em Santa Catarina. “O trabalho que está sendo realizado pela ATeG é fantástico e deve ser continuado. Em um ano já é possível perceber avanços significativos e nessa iniciativa todos saem ganhando: produtor, indústria e consumidor. Somos parceiros com cerca de 250 produtores atendidos pelo programa ATeG e mais de 2 mil produtores treinados pelo Programa Leite Legal, sem dúvidas, estaremos juntos nas futuras turmas”.
Crescimento
A família Finatto iniciou a produção de leite em 1998, com seis vacas em lactação e uma média de 60 litros/dia. Atualmente, a granja localizada na linha Urumbeva, em Vargeão, conta com 41 animais em lactação e uma produção diária de 858 litros de leite. Marli de Fatima Gubert Finatto e o esposo José Pedro Finatto contam com a colaboração das filhas Andreia e Juliana nos afazeres diários da propriedade.
Há cerca de um ano são atendidas pela ATeG em bovinocultura de leite no projeto MAPA/Leite, recebem a visita mensal do técnico de campo Marcelo Foresti e alcançaram a média anual de CBT 15 e CCS 182. Estes resultados proporcionaram ao casal a primeira colocação de qualidade do leite em sua região de compra de leite da Piracanjuba e ficando muito próximo das primeiras colocações gerais “As ações principais adotadas pela granja foram CCS individual mensalmente, linha de ordenha, descarte de animais crônicos e reposição anual com novilhas criadas na propriedade acima de 20%”, explica Foresti.
De acordo com a filha do casal, Andreia Finatto, a família preconizou manter uma rotina de ordenha dando atenção especial na higiene dos tetos. “Quando entramos na ATeG, em agosto de 2016, estávamos com 38 vacas em lactação produzindo 633 litros por dia com média de 16,6 litros por animal. Com o decorrer das visitas e as adequações feitas foi possível identificar muitas melhorias chegando a uma produção de 21 litros por animal”, relata.
Reconhecimento
Assim como o casal Bremm e a família Finatto, o técnico de campo da ATeG e produtor rural Raul Meier também foi premiado entre os melhores em qualidade de leite da Piracanjuba. Ficou em terceiro lugar em sua região, mas sempre esteve rankeado entre os primeiros colocados em todas as vezes que participou. “Priorizamos muito pela qualidade do leite que produzimos visando sempre a alimentação, genética, manejo e higiene dos animais”, esclarece Raul que atende um grupo de 25 produtores da ATeG em Dionísio Cerqueira, no extremo oeste catarinense.
A propriedade de Meier conta com cerca de 50 animais em lactação e bons índices de qualidade com CCS em 352, CBT em 9, gordura acima de 4,33 e proteína acima de 3,51. A média de produção é de 19 litros por vaca/dia, chegando de 27 a 30 mil litros por mês. Para ele, a responsabilidade é ainda maior perante os produtores que atende. “Essas premiações são importantes e muito gratificantes para a nossa família, demonstram que estamos no caminho certo. Além disso, servem como parâmetro para que os agricultores tenham confiança nas informações que repasso durante as visitas uma vez que são aplicadas em minha propriedade e tem dado retornos positivos”.
Meier conta com a colaboração da família na propriedade e destaca a importância da busca por qualificação para que os resultados de qualidade sejam cada vez melhores. “Cerca de 90% dos produtores que atendo fizeram cursos e estão em constante busca por aprimoramento. Isso é fundamental e os prepara para aplicar técnicas de melhorias”, complementa.
Assessoria de Comunicação do SENAR/SC
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