Faec e Fiec defendem união entre agro, indústria e governo contra tarifas dos EUA

Agro e indústria discutem ações conjuntas para enfrentar sobretaxa dos EUA sobre exportações cearenses

7 de agosto 2025
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Faec Fiec Capa

Bruno Cabral

Fonte: Assessoria de Comunicação do Sistema Faec/Senar

O presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Ceará (Faec), Amílcar Silveira, e o presidente da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec), Ricardo Cavalcante, participaram, nesta quarta-feira (6), de coletiva de imprensa para falar sobre os impactos da taxação imposta pelos Estados Unidos às exportações de produtos cearenses.

Na ocasião, os presidentes das entidades comentaram as medidas anunciadas pelo governador Elmano de Freitas para mitigar os efeitos das tarifas e reforçaram a importância da união entre o setor agropecuário, a indústria e o governo na busca por soluções que defendam a economia do Ceará. A coletiva foi realizada na sede da Fiec.

A sobretaxa de 50% imposta pelos EUA a produtos brasileiros, em vigor desde esta quarta-feira, pode afetar setores estratégicos do Estado. No agronegócio, os segmentos mais impactados são os de pescados, frutas, cera de carnaúba, castanha de caju, mel e água de coco.

"As negociações não podem parar. É preciso trabalhar para que mais produtos fiquem de fora dessa sobretaxa dos EUA. Neste momento, precisamos de tranquilidade e habilidade na condução dessas tratativas", afirmou Amílcar Silveira. "Precisamos pensar de forma integrada. Indústria e agricultura devem caminhar juntas para diversificar e fortalecer nossas exportações. O mais urgente agora é preservar os empregos. O que está em jogo é o sustento de milhares de famílias cearenses."

O presidente da Fiec, Ricardo Cavalcante, destacou a importância de preservar toda a cadeia produtiva. "Estamos falando de cadeias longas e intensivas de mão de obra. Só o setor de pescados envolve cerca de 70 mil pessoas no Ceará, entre embarcações, pescadores e pessoal em terra. A castanha de caju emprega mais de 50 mil pessoas. A cera de carnaúba movimenta 170 mil. É uma engrenagem que pode parar", alertou.

Silveira e Cavalcante elogiaram a rapidez do Governo do Estado e da Assembleia Legislativa, que aprovaram, ainda na quarta-feira, um pacote emergencial com incentivos fiscais e suporte financeiro. Entre os pleitos encaminhados ao Governo Federal estão a retomada do Reintegra (programa que devolve parte dos impostos pagos na exportação), a flexibilização das operações de crédito, como as Antecipações de Crédito à Exportação (ACCs), e a agilidade na liberação de créditos do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI).