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Piscicultura pode ser uma alternativa para incrementar a renda do produtor rural
No treinamento do SENAR/MT são ensinadas noções de administração de pequenas propriedades rurais, associativismo e cooperativismo
De acordo com a Associação Brasileira de Piscicultura (Peixe BR), Mato Grosso ocupa o quarto lugar no ranking dos maiores produtores de peixe do Brasil. Apesar disso, os piscicultores apontam dezenas de dificuldades e reclamam da falta de apoio no desenvolvimento da cadeia produtiva. Apesar deste panorama, o que se vê em muitos municípios mato-grossenses é o desenvolvimento da atividade por pequenos produtores. “É uma forma de diversificar a produção e ganhar um dinheirinho a mais”, conta o pecuarista Romário Augusto Souza.
Ainda de acordo com a Associação, Mato Grosso conta com aproximadamente sete indústrias frigoríficas de peixe com Selo de Inspeção Federal (SIF). Conforme dados da Associação, o consumo de peixe do mato-grossense é de 12 quilos/ano em média, enquanto que do brasileiro é de aproximadamente 10 quilos/ano.
Cuiabá, Várzea Grande, Sorriso, Alta Floresta e Nossa Senhora do Livramento são os principais núcleos de produção de Mato Grosso. Maurício Soares Reis começou a desenvolver a piscicultura em Sorriso, faz dois anos e já tem 10 tanques. “É preciso pesquisar bastante e investir na capacitação e qualificação dos profissionais que vão trabalhar. A alimentação, a despescas também são ações que merecem uma atenção especial”.
Em 2016, de acordo com anuário organizado pela Associação Brasileira da Piscicultura (PeixeBR), Mato Grosso foi responsável pela produção de 59,9 mil toneladas de peixe, o equivalente a 9,4% de toda a produção brasileira. À frente do Mato Grosso, também segundo o anuário, estão Paraná (com 93,6 mil toneladas), Rondônia (que produziu 74,75 mil toneladas) e São Paulo (com 65,4 mil toneladas).
De acordo com o presidente da Associação dos Aquicultores de Mato Grosso (Aquamat), Daniel Garcia de Carvalho Melo, a entidade possui 300 aquicultores. O Estado tem cerca de 1.000 produtores e as principais espécies criadas são tambatinga, tambaqui e o pintado da Amazônia.
INICIATIVA DIFERENCIADA
Reeducandos da Penitenciária Dr. Osvaldo Florentino Ferreira, em Sinop, município distante 500 quilômetros de Cuiabá, serão os primeiros do Sistema Prisional do estado a trabalhar com um projeto de piscicultura. A iniciativa, voltada para trabalhar a qualificação e ressocialização dos reeducandos está na fase de formação dos tanques pesqueiros.
Um grupo de 20 reeducandos concluiu treinamento teórico e prático com o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural de Mato Grosso (SENAR-MT), no último mês de agosto. Destes, cinco devem começar a trabalhar na piscicultura assim que os tanques estiverem prontos e conforme a demanda por mão de obra qualificada aumentar incluídos outros reeducandos ao projeto.
No treinamento do SENAR/MT, os participantes aprenderam noções de administração de pequenas propriedades rurais, associativismo e cooperativismo, gestão e comercialização da pesca e extrativismo, relacionamento interpessoal e atendimento ao cliente. Na parte prática do curso, os alunos vivenciaram manejo e criação, com aulas sobre construção de viveiros escavados, tanques-rede e monitoramento da água. Além disso, os participantes também conversaram sobre planejamento e desenvolvimento da piscicultura.
O Projeto Tilápia é resultado da parceria entre a Secretaria de Justiça e Direitos Humanos, Conselho da Comunidade e Prefeitura de Sinop. Além da possibilidade de ofertar trabalho aos reeducandos com qualificação profissional, o projeto também vai trabalhar a sustentabilidade, uma vez que os efluentes produzidos serão empregados na irrigação da horta já cultivada em uma área externa da penitenciária.
Assessoria de Comunicação do SENAR/MT
www.senarmt.org.br