Presidente da CNA diz que evento vai orientar produtores rurais do Brasil sobre novo cenário global

João Martins participou da abertura do evento “Cenário Geopolítico e a Agricultura Tropical” promovido pelo Sistema CNA/Senar em São Paulo
São Paulo (06/05/2025) – O presidente da CNA, João Martins, participou da abertura e do primeiro painel do evento “Cenário Geopolítico e a Agricultura Tropical”, realizado na terça (6) em São Paulo, e afirmou que o objetivo de reunir especialistas renomados em vários painéis é levar conhecimento para que os produtores rurais, de todo o país, possam se preparar e entender as mudanças no comércio internacional.
Realizado pelo Sistema CNA/Senar, em parceria com o Estadão e com a Broadcast, o evento reuniu na capital paulista o governador Tarcísio de Freitas, especialistas, autoridades, parlamentares, jornalistas, diretores do Sistema CNA/Senar, presidentes das Federações de agricultura e pecuária dos Estados e produtores rurais.
Durante todo o dia, os especialistas debateram as oportunidades e os desafios para o agro brasileiro diante das mudanças no cenário geopolítico.
“A CNA está atenta às mudanças do mundo. Não acredito que alguém, no atual momento, tenha capacidade de dizer o que vai acontecer, mas podemos simular cenários e orientar os produtores”, disse Martins.

O presidente da CNA falou também da importância que os presidentes de Federações e os presentes no evento levem para suas bases, para seus Estados e para os produtores o conhecimento gerado por meio dos painéis de debate.
“Estava na hora de fazer um evento como este. Temos que entender a realidade do que está acontecendo no mundo e o seminário foi pensado com este objetivo”, disse.
Em seu discurso, João Martins destacou que o agro brasileiro não é só do Brasil, é do mundo. “E não falo só da soja ou da carne que exportamos. Falo também da alface, do tomate e de tudo que vendemos nas feiras. Mesmo quando o produto não é exportado, o produtor está ligado ao mundo”, disse.
Segundo Martins, o agro está cada vez mais globalizado e dependente do comércio global que, de acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI), deve crescer 1,7% e não mais 2,5% em função das novas tarifas norte-americanas.
Também na abertura, Tarcísio de Freitas, destacou a importância do agro para o país e enfatizou que a organização do setor e os resultados que apresenta são frutos do trabalho de homens e mulheres no campo.

Tarcísio disse que não poderia haver momento melhor para realizar um seminário de alto nível. “É o momento certo para discutir a temática, o posicionamento do agro perante o contexto internacional e as mudanças geopolíticas que estão acontecendo”.
O governador falou dos avanços do agro em São Paulo, no país, e citou pilares que determinam o crescimento de um setor, como a biotecnologia, a economia do conhecimento e a transição energética. “E o agro tem papel fundamental quando pensamos nesses pilares”.
Para Tarcísio, a razão do sucesso do agro é o trabalho, que resultou em um setor sustentável, tecnológico. “Temos orgulho de ser uma potência agroambiental, ninguém pode dizer o contrário. E é isso que temos que mostrar para o mundo neste momento”.
Painel 1 - Após a abertura, foi realizado o painel "Cenário Geopolítico e a Agricultura Tropical”, que teve a moderação do jornalista da CNN Brasil Willian Waack e participação do presidente João Martins, do presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), deputado Pedro Lupion, e da senadora e ex-ministra a Agricultura, Tereza Cristina.

Willian Waack começou falando da “imprevisibilidade” e da “delicadeza” do atual momento mundial e de como as mudanças no comércio ocorrem de forma rápida e com impacto global.
Foi nesse contexto que o presidente da CNA enfatizou a necessidade do Sistema CNA/Senar, ao promover o evento, possibilitar que os produtores rurais fiquem bem informados para que consigam “simular cenários”.

Em seguida, a senadora Tereza Cristina falou sobre a Lei de Reciprocidade Comercial e como a legislação pode ser aplicada, se necessária. “A lei foi feita com muita responsabilidade e serve como ferramenta para nos proteger contra medidas desproporcionais de comércio”.
Em sua fala, Tereza Cristina pontuou os desafios que o país precisa superar para que o agro continue sendo competitivo no mercado mundial. “Nós temos um setor altamente eficiente e produtivo, então temos que resolver principalmente o crédito, o seguro rural, a capacidade de armazenagem, fundamentais para garantir previsibilidade e segurança ao produtor”.

Já o presidente da FPA, deputado Pedro Lupion, citou a guerra comercial entre os Estados Unidos e a China e como ela pode impactar o Brasil. Segundo ele, o setor precisa ficar atento, avaliar as vantagens competitivas e ao mesmo tempo os riscos diante das novas questões do comércio mundial.
“Nós, parlamentares, e as entidades de classe temos feito nossa parte também, que é nos preparamos para o vem por aí, para apresentar os possíveis cenários aos produtores rurais”, afirmou.
