Produtores do Nordeste apontam dificuldade de acesso ao crédito rural

Tema foi discutido em reunião realizada pela CNA em Irecê (BA), na quarta (2)
Brasília (02/04/2025) – Produtores rurais da região Nordeste apontaram dificuldades de acesso ao crédito rural para financiar a produção, durante encontro para discutir as propostas para o Plano Agrícola e Pecuário 2025/2026.
A reunião foi promovida pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) na quarta (2), no município de Irecê (BA), e faz parte de uma agenda de debates entre produtores, sindicatos, federações, entidades setoriais e associações de cada região com o objetivo de reunir demandas do setor para o próximo Plano Safra.
Durante a discussão, os produtores informaram que o crédito anunciado pelo governo não tem chegado na ponta, seja pela falta de volume de recursos para atender toda a demanda da região ou pelo excesso de critérios e garantias exigidos pelas instituições financeiras para a contração do crédito.
O consultor de Política Agrícola da CNA, José Ângelo Mazzillo, explicou que existem três fatores que determinam se o dinheiro do Plano Safra chegará na mão do produtor. O primeiro é o orçamento suficiente para equalização das taxas de juros; o segundo é a disponibilização da linha de crédito nos bancos e terceiro a capacidade de pagamento do produtor.
Os participantes solicitaram apoio da CNA para facilitar o acesso aos programas de custeio, investimento e demais, além do seguro rural, para garantir o financiamento e proteção da produção agropecuária na próxima safra.
O assessor técnico Guilherme Rios afirmou que com a projeção de 15% para a taxa Selic, o crédito rural ficará mais caro este ano. “Quanto maior a Selic, mais cara a equalização de juros e menos produtores conseguem acessar a política”.

Outra questão levantada pelos participantes foi em relação ao fortalecimento do Programa de Venda em Balcão (ProVB) e da maior disponibilidade de produtos, especialmente o milho, para atender todos os produtores em momentos de necessidade.
A garantia de recursos para o seguro rural também foi debatida. José Ângelo Mazzillo disse que com o aumento dos episódios de intempéries climáticas a demanda tem crescido, mas o volume de recursos tem reduzido. Ele citou o Projeto de Lei 2.951/2024, de autoria da senadora Tereza Cristina, como alternativa para o aperfeiçoamento da política do seguro rural.
A próxima reunião será realizada na terça (8), em Palmas (TO), e reunirá as federações, produtores e sindicatos dos estados da região do Matopiba (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia).