Queijo meia cura une tradição e segredo familiar
Produtor mineiro ficou em 1º lugar no prêmio CNA Brasil Artesanal na categoria tratamento térmico
Fotos: Arquivo pessoal
Brasília (02/08/2022) – Há mais de 70 anos a família Carvalho produz queijo artesanal na Fazenda Generosa, em Andrelândia, Minas Gerais. A queijaria começou com o bisavô do produtor Joaquim Luiz de Carvalho, que guarda “a sete chaves” o segredo do queijo meia cura “O Lendário da Generosa”, vencedor do 1º lugar no prêmio CNA Brasil de Queijos Artesanais na categoria Tratamento Térmico.
“Meu bisavô Quincas Tibúrcio começou a produção de queijos em 1945 e nunca mais paramos de produzir. A técnica foi passada de geração em geração para não perdermos a tradição. O Lendário da Generosa é produzido há mais de 30 anos com uma isca do fermento daquela época, nunca foi mudada e é guardada a sete chaves”, conta.
O queijo passa por um processo de tratamento térmico onde a temperatura do pasteurizador é elevada, por meio de uma caldeira a lenha, e depois é feito o resfriamento. E na maturação, a temperatura e a umidade são controladas.
“O processo de tratamento térmico é usado apenas para alguns queijos. Mas o diferencial do Lendário está no uso do fermento que atravessou gerações, além do clima da região que é propício para a geração das bactérias essenciais para o queijo”, explica.
Carvalho ressalta que quando assumiu a queijaria em 2020 quis expandir a visibilidade dos queijos para além das fronteiras da região e por isso começou a participar de concursos.
“Ano passado foi o primeiro e de cara já fomos medalha de ouro. Participamos também da Expo Araxá com o Novelo da Generosa que foi medalha de bronze. O prêmio CNA Brasil é o terceiro concurso que participamos e o concurso está abrindo muitas portas para nós, dando mais visibilidade aos queijos”, afirma.
Além do primeiro lugar, Carvalho também ficou em terceiro lugar na categoria queijos artesanais com 30 a 180 dias de maturação com o Parmesão da Generosa, também chamado de Quincas Terroir, em homenagem ao bisavô.
Com os prêmios o produtor está investindo na queijaria, ampliando as instalações ao construir uma nova sala de maturação.
“Estamos vivendo um conto de fada, estamos recebendo contato de pessoas do Rio Grande do Sul, Goiás e do Nordeste querendo conhecer e adquirir nosso produto e nós estamos nos organizando para atender. Está sendo muito gratificante e trazendo muito orgulho para nossa família.”
Sobre a produção de queijos artesanais no Brasil, Joaquim de Carvalho diz que a cadeia está vivendo um momento muito importante, com os produtores sendo ouvidos e tendo reconhecimento.
“Só quem trabalha com queijo artesanal é que sabe de todas as dificuldades que a gente vive no dia-a-dia. O queijo artesanal ainda traz muitos obstáculos para gente, mas é muito gratificante e estou vendo que cada vez mais nosso espaço está sendo ampliado no cenário nacional e internacional também.”
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