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RJ e ES poderão se transformar nas maiores potências exportadoras de grãos no Brasil
Por: FAESC
Plano estratégico poderá transformar Rio e Espírito Santo nas maiores potências de exportação de grãos do Brasil, tudo vai depender do êxito do Plano Estratégico de Logística e Cargas do Estado do Rio (PELC/RJ), que está sendo implementado pela Secretaria de Transportes, com o apoio financeiro e acompanhamento técnico do Banco Mundial.
O plano, que prevê a abertura de três mega corredores para o escoamento da produção agrícola, irá fornecer diretrizes para o desenvolvimento da logística no território fluminense, com planejamento até 2045. A iniciativa é inédita e identifica as necessidades de intervenção para a garantia de uma boa infraestrutura de transporte de cargas em geral, priorizando fatores como agilidade e segurança.
Com isso, o Rio de Janeiro deverá se consolidar como plataforma logística de classe mundial. “Esses corredores vão fazer com que o Rio tenha um dos maiores potenciais para o escoamento de granel agrícola da América do Sul. Em médio e longo prazo, isso vai proporcionar uma grande transformação da agroindústria do estado”, afirmou o subsecretário de Transportes do Rio, Delmo Manoel Pinho, que apresentou o PELC/RJ durante almoço realizado em 19 de abril na sede da Sociedade Nacional de Agricultura (SNA).
“A partir do momento em que nós tivermos grãos de soja, milho, entre outros, com custo de transporte barato, muitas produções como ave e suínos que estão sediadas em outros estados poderão vir para o Rio”, acrescentou Pinho, salientando a importância de financiamento do governo federal para a consolidação do projeto, que envolveu recursos do Banco Mundial da ordem de R$ 5 milhões.
ESTRUTURA
O plano tem seu foco de atuação na região Centro-Sudeste do país, e sua estrutura de abrangência territorial é semelhante ao sistema de bacias logísticas instituído pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). No caso do setor agrícola, a atenção está voltada para as ferrovias.
“O Brasil precisa mudar sua matriz de transportes, e o Rio também. É necessário investir muito em rodovias, e nos sistemas portuário e aeroportuário. Mas em relação às cargas de graneis agrícolas e minerais, e determinados produtos da indústria, no médio prazo, a ferrovia é a melhor solução que se tem no mundo”, observou o subsecretário.
CORREDORES
O PELC/RJ 2045 prevê o funcionamento de três corredores para grãos. Um deles é a Ferrovia EF 118 Rio/Vitória, que está em fase de análise pelo Programa de Parceria de Investimentos (PPI) do governo federal, e que deverá ser viabilizado de forma integrada com a renovação das concessões das ferrovias Vitória/Minas, MRS e FCA.
O outro corredor é formado pela linha ferroviária da Rumo Malha Paulista, associada à construção do Ferroanel Tramo Norte, seguindo em direção à Província Portuária de Itaguaí (RJ) pela MRS Logística. A via permitirá o acesso de grandes volumes de grãos para o mercado externo, com a utilização das maiores embarcações graneleiras do mercado internacional.
“Em Itaguaí, a ideia é transformar o porto Sudeste, que passará a transportar granel agrícola ao invés de minério, abrindo um polo com capacidade para exportar 50 milhões de toneladas de grãos por ano. Nenhum porto do hemisfério sul faz isso”, destacou Pinho.
Por fim, será implantada a ferrovia EF 354, a começar pelo trecho Lucas do Rio Verde (MT)/ ferrovia Norte-Sul, prosseguindo em uma segunda etapa com a implantação do Tramo Leste da ferrovia EF 354, entre a Norte-Sul e Campos/Porto Açu (RJ). A linha férrea apresenta boas perspectivas de carregamentos em Ipatinga/MG (Vale do Aço), Conceição do Mato Dentro (minérios), passando por regiões de potencial expansão agrícola, até alcançar a ferrovia Norte/Sul e posteriormente Lucas do Rio Verde.
ESCOAMENTO DA PRODUÇÃO
O subsecretário de Transportes disse que deverão ser utilizados navios do tipo capesize para o escoamento da produção agrícola. “É o melhor navio para carregar essa produção. Transporta um maior volume a grandes distâncias e torna a viagem mais barata. A economia de frete varia de 30% a 50%. Atualmente, os portos de Açu, no Rio, e de Itaqui, no Maranhão, estão capacitados para operar com esse tipo de embarcação, e o complexo de Itaguaí também está entrando nesse sistema”.
Pinho acredita ainda que, em termos de logística, a saída pelo sul é mais vantajosa. “Quando todas as ferrovias estiverem concluídas, para enviar grãos para o sistema Sul, ou seja, de Lucas do Rio Verde para o porto de Santos, serão necessários 2.427 km de malha; de Lucas para os portos Açu, no Rio e Central, no Espírito Santo, são 2.700 km, ao passo que para o sistema Norte são 2.871km”.