Soja: Mercado se recupera de relatório baixista do USDA, por Miguel Biegal da OTCex Genebra

OTCex Group Genebra
Os contratos futuros de soja na bolsa de Chicago operam em leve baixa nesta segunda-feira. Neste momento (06:32 da manhã no Brasil), o contrato de julho/17 opera com 2,25 centavos de queda, e está sendo negociado a US$ 939,25 cents/bushel, com 11 mil contratos tendo sido negociados durante a madrugada.
Hoje talvez seja o último dia em que o julho ainda é o driver do mercado. Está com 272 mil posições em aberto (estava com 290 mil na sexta), enquanto que o novembro já aparece com 262 mil posições em aberto (estava com 250 mil na sexta). Ou seja, provavelmente o novembro já se transforma na principal referência a partir de amanhã.
O relatório do USDA na sexta-feira foi considerado entre baixista. A tão esperada revisão das exportações de safra 16/17 não aconteceu e ficou mantida em 55,7 milhões de toneladas, apesar de já ter quase 58,5 milhões de toneladas teoricamente comprometidas para embarque. Claro que ninguém esperava que o USDA jogasse sua estimativa de exportação para 58 milhões de tons, porque um possível cancelamento massivo de compras da China pode acontecer a qualquer momento. Mas mesmo assim era esperado um aumento nesse número de exportação, com consequente redução dos estoques. Mas isso não aconteceu, e até pelo contrário, o USDA trouxe aumento dos estoques em quase 500 mil toneladas.
No momento em que o relatório foi divulgado, esse dado baixista derrubou o mercado instantaneamente. O contrato de julho estava sendo cotado a US$ 943,00 cents/bushel e caiu para US$ 933 em questão de segundos.
No entanto, essa informação foi rapidamente digerida. Os fundos começaram a comprar novamente em função dos mapas climáticos não muito bons (naquele momento) e a soja fechou acima dos US$ 940,00.
Hoje o mercado está tendo um ajuste técnico em função das altas da semana. O mercado saiu dos US$ 910 para US$ 940 na semana, e é compreensível um ajuste no começo dessa semana. Atenção total aos mapas climáticos, que ocuparão o centro das preocupações para os próximos dias e semanas, e também a demanda, que como se sabe, está bem aquecida em termos globais.