Minas Gerais
SuperAção Brumadinho devolve a produtores a esperança de viver da propriedade
Por: SENAR MINAS
Gustavo Morais, produtor na zona rural do distrito de Piedade do Paraopeba, comemora os resultados da assistência técnica e gerencial do Projeto SuperAção Brumadinho, que atende produtores impactados pelo rompimento da barragem de rejeitos da Vale, em 2019. “Só víamos o local como gasto, empregando dinheiro e esforço. A assistência técnica está me ajudando a fazer o que eu sempre quis, mas não sabia como: ter retorno financeiro”, contou o produtor rural.
O produtor Gustavo Morais
A propriedade de Gustavo conta com horta, pomar com cerca de 40 variedades de frutas, manejo de abelhas nativas e outros projetos. Com recursos próprios e graças às orientações da técnica de campo Janaina Canaan Rezende, o produtor contou que tem conseguido resolver as questões mais emergentes e, aos poucos, vem colhendo frutos.
“Com a adubação correta do terreno resolvi o problema de cupim. Agora, estamos trabalhando no cultivo protegido, começando pelo tomate grape, sem defensivos. Estou construindo a estrutura de cultivo e o sistema de irrigação automatizado. Outro projeto é a possibilidade de fazer um pomar para a parte de cítricos e um tanque de piscicultura. Sem as orientações que estamos recebendo isso não seria possível. A técnica é muito empenhada”, detalha Gustavo.
“O rompimento da barragem afetou a todos nós. Mexeu com a cabeça da gente. Nossa cidade não tem mais as mesmas características de antes e os desdobramentos continuam nos atingindo. O projeto trouxe esperança, todo produtor deveria ter a chance de conhecer”, concluiu Gustavo.
Desafios e inovação
O projeto SuperAção Brumadinho, iniciativa do Sistema CNA/SENAR em parceria com o SENAR Minas, iniciou as atividades de campo em novembro do ano passado, atendendo produtores de olerícolas, frutas perenes, gado de corte e leite, avicultores, piscicultores e caprinos de leite. O programa passou por expansão e agora atende também Mário Campos e Sarzedo. Ao todo, são 480 propriedades atendidas por uma equipe de um supervisor e nove técnicos de campo. A iniciativa inclusive será tema de uma live promovida pela CNA nesta quarta-feira, dia 1º, às 16h, nas redes sociais da entidade.
Segundo a técnica Janaína Rezende, de novembro para cá, foi necessário superar os impactos das fortes chuvas e, agora, as consequências do novo coronavírus. Por causa da doença, o trabalho de campo está sendo executado de forma individualizada com cada um dos 60 produtores cadastrados e a visita presencial é realizada seguindo as recomendações de segurança. “No caso da propriedade do Gustavo, dialogamos, traçamos objetivos, planejamos e projetamos o empreendimento de cultivo de tomate em ambiente protegido. Com a pandemia, ajustamos o desenvolvimento das ações, que já estão em fase de execução”, explicou a técnica.
Gustavo Morais e a técnica de campo Janaína Rezende, durante visita de orientação
Foco na gestão
O foco principal do ATeG é a gestão das atividades agrícolas e pecuárias. Durante dois anos, os técnicos de campo trabalham, juntamente com o produtor rural, no sentido de viabilizar o negócio na propriedade. Esta questão, de acordo com o gerente do escritório regional do SENAR Minas em Sete Lagoas, Wander Magalhães, tem sido o gargalo dos produtores que não conseguem ver o lucro na sua atividade porque desconhecem os métodos de gestão. Por não aplicarem esta metodologia, não tem acesso a informações que são essenciais para a tomada de decisão durante o ciclo do seu negócio.
“Na medida em que coloca em prática este conhecimento, os dois realizam diagnósticos, anotam informações gerenciais, processam-nas em um sistema inteligente (SISATeG) e tomam decisões que são importantes para a viabilidade econômica da atividade. O técnico de campo acompanha, com visitas mensais de 4 horas e a cada atendimento propõe ações de melhoria na propriedade. Tudo dentro da realidade de cada produtor, levando em consideração sua capacidade de investimento e magnitude de seu potencial de negócio”, completou.