Campo Futuro promove painéis de custos de hortaliças, café e ovos
Técnicos do projeto levantaram dados em São Paulo, Espírito Santo e Minas Gerais
Brasília (10/05/2024) – O projeto Campo Futuro realizou nesta semana painéis de levantamento de custos de produção de hortaliças (batata doce e mandioca), café e avicultura de postura (ovos) em São Paulo, Espírito Santo e Minas Gerais.
Os encontros tiveram o apoio das federações estaduais de agricultura, sindicatos rurais e entidades de pesquisa e contaram com a presença de produtores das respectivas cadeias produtivas.
Hortaliças – Na quinta (9), ocorreu o painel de mandioca para indústria no município Tupã (SP). Levando em consideração a realidade da região, foi estimada uma propriedade modal com 121 hectares, sendo a variedade IAC 90 predominante nos cultivos.
A assessora técnica da CNA, Letícia Barony, acompanhou o encontro e informou que os custos levantados e indicadores observados foram a preços de momento e produtividade atual de 14,5 toneladas por hectare, ou 35 toneladas por alqueire.
“É possível constatar redução da produção típica para a região, conforme relatado por produtores. O clima, em especial períodos prolongados de veranico, associados a precipitação muito concentrada em poucas horas ou dias, tem impactado na produtividade e qualidade da batata-doce e mandioca”.
Na quarta (8), foi realizado o levantamento de custos da batata doce em Presidente Prudente (SP). Para a região foi definida uma propriedade modal de 50 hectares cultivados com batata-doce, sendo mineirinha e canadense as principais variedades cultivadas.
Segundo Letícia, o levantamento considerou custos e indicadores referentes aos plantios de sequeiro, em período de inverno. A produtividade considerada foi de 630 caixas, de 25 quilogramas, por hectare cultivado.
Café – O painel de custos de produção do café conilon aconteceu na terça (7), em Cacheiro do Itapemirim (ES). Os participantes relataram mudanças significativas na propriedade modal da região, com redução da área cultivada, introdução de sistema de irrigação e aumento da produtividade média por hectare.
O Custo Operacional Efetivo (COE) da atividade teve um aumento de 7,7% em relação a 2023 e os desembolsos com mão de obra alta de 1,4%, principalmente em razão da maior produção por hectare, que passou de 30 sacas para 40 sacas. Nos demais itens de custo, houve redução em fertilizantes (48%) e defensivos (58%) e corretivos. No mesmo período, a receita da atividade teve alta de 47,6%, resultando em margens bruta e líquida positivas.
Avicultura de postura – O painel de custos de produção de ovos ocorreu em Santo Antônio do Monte, em Minas Gerais. A propriedade modal analisada trabalha no modelo independente, com aproximadamente 200 mil aves e produção anual de 182,5 mil caixas com 30 dúzias de ovos.
De acordo com o assessor técnico da CNA, Rafael Ribeiro, o COE da atividade ficou em R$ 139,33 por caixa de 30 dúzias. O item ração foi o de maior peso, representando 70,2% do COE, em seguida a aquisição de animais com 17,3%.
No modelo em questão, são adquiridas as aves em fase de postura, não sendo realizadas a cria e recria desses animais na propriedade. O terceiro item de maior peso foi insumos para classificação e embalagem, representando 7,2% do COE.