Sergipe
Circuito Agropecuário discute produção de algodão e soja em Sergipe
Alternativas para produção de grãos, além do milho, que é o principal produto agrícola do Estado
Por: Assessoria de Comunicação do Sistema Faese/Senar
Sergipe (01/10/2018) - O Circuito Agropecuário- Etapa grãos trouxe um amplo debate sobre a importância de discutir alternativas para a produção de grãos, além do milho, que é o principal produto agrícola de Sergipe. O evento aconteceu na última sexta-feira, 28, no município de Frei Paulo em Sergipe.
Durante o circuito, foram discutidos temas como condições para produção de soja em Sergipe, como produzir milho no período da estiagem e a viabilidade da produção do algodão, uma cultura já utilizada pelos sergipanos em outras décadas.
O presidente da Federação de Agricultura e Pecuária de Sergipe (Faese) e do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural em Sergipe (Senar/SE), Ivan Sobral, destaca que o principal objetivo do circuito é levar conhecimento e tecnologia para os produtores rurais.
“O Circuito Agropecuário acontece durante todo o ano. Um evento do Sistema Faese/Senar que este ano já discutiu leite e temas da área de contabilidade rural. O intuito é difundir tecnologia e conhecimento de acordo com cada região. O objetivo desta etapa é abrir discussões sobre alternativas para a agricultura. Sergipe é um grande produtor de milho, mas o sistema está preocupado em trazer alternativas”, pontuou Ivan.
O ex-ministro da Agricultura, Alysson Paolinelli, traçou um panorama sobre os desafios da Agricultura no Brasil e afirmou que só o conhecimento é o caminho para mudar os rumos da agricultura no Brasil. Alysson Paolinelli também enfatizou a importância de trazer novas culturas para Sergipe.
“O milho precisa de leguminosas para o solo. É preciso trazer novas culturas para esta região, a exemplo da soja. Conheço muito bem esta região e precisamos acabar com a monocultura”, pontuou.
Soja
Um dos temas discutidos durante o Circuito Agropecuário foi a produção da soja. A Associação Brasileira de Soja no Brasil (Aprosoja) fez uma apresentação trazendo todas as informações necessárias para o plantio e colheita da soja no estado.
O presidente da Aprosoja, Bartolomeu Braz, também visitou algumas propriedades em Sergipe para analisar a implantação da soja e afirma que o estado possui as características necessárias para implantação sendo uma cultura que vem complementar o milho.
“Temos um trabalho importante para que os produtores possam conhecer novas cadeias produtivas. Já planto soja há 30 anos e tenho o prazer de dizer que os grandes municípios agropecuários do Brasil estão plantando soja. O milho faz parte da nossa cadeia produtiva. Um complementa o outro. A soja filtra o nitrogênio e o milho utiliza. A monocultura traz prejuízos a longo prazo e precisamos observar isso”, afirma.
O produtor Luiz Melo produz milho e afirma que é preciso agregar novas culturas, a exemplo da soja. “Sergipe já é muito desenvolvido na cultura do milho, mas todo Brasil iniciou no milho e foi migrando para soja. Temos muito o que aprender sobre esta cultura, que inclusive é mais rentável. Precisamos de mais iniciativas como essa da Faese”.
Algodão
A cultura do algodão foi um dos temas discutidos durante o Circuito Agropecuário . O professor Elízio Diamantino lembra que Sergipe já foi um dos maiores produtores de algodão e já foi comprovado em três propriedades no estado a viabilidade de produção.
“A produção do algodão já existiu no passado aqui em Sergipe e já foi comprovado em três áreas da região que é viável. O que falta é a questão da estrutura, principalmente a colheita. Todos os fatores congregam para facilitar o plantio dessa retomada do algodão aqui em Sergipe, que foi tão importante no passado”, afirmou Elízio.
O diretor do Sindicato de Fiação e Tecelagem do Estado de Sergipe, Bruno Peixoto, também participou do circuito e afirmou que a indústria tem interesse na volta da produção do algodão, já que o estado é um dos maiores consumidores.
“Fomos convidados para estimular a produção dos produtores de Sergipe. Nosso estado já foi um dos maiores produtores do Brasil e hoje o estado é um dos maiores consumidores, e queremos trazer de volta esta cultura. Unir o que é mais difícil que é o produtor e a indústria. Alguns produtores me procuraram para mudar esta cultura só de milho”, enfatizou.