CNA reúne produtores do Sudeste para debater propostas ao plano agrícola
Encontro foi na quinta (4), em São Paulo. Fotos: Faesp
Brasília (05/04/2024) – A CNA promoveu na quinta (4), na sede da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo (Faesp), um encontro para debater as demandas dos produtores rurais da região Sudeste para o Plano Agrícola e Pecuário (PAP) 2023/2024.
A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil também promoveu neste ano encontros nas regiões Sul (PR), Norte (RO), Centro-Oeste (MS), Nordeste (BA) e Matopiba (MA).
As propostas levantadas nas regiões vão compor um documento que será encaminhado aos parlamentares e ao governo como contribuição para a elaboração do PAP.
“Ficou claro que as demandas dos estados do Sudeste são muito similares. Foi muito importante discutir seguro agrícola, subvenção e taxa de juros. É fundamental dar voz ao produtor, principalmente ao pequeno, que precisa ter acesso às linhas de crédito”, afirmou o presidente da Faesp, Tirso de Salles Meirelles.
Na abertura da reunião em São Paulo, o assessor técnico da CNA, Guilherme Rios, afirmou que a entidade procura atender as necessidades e particularidades dos produtores. “Muitas vezes os instrumentos não chegam na ponta porque não estão de acordo com a realidade dos produtores”.
Os principais pontos levantados pelos produtores e presidentes de sindicatos rurais foram dificuldades de acesso ao crédito, exigências de garantias, instrumentos de gestão de risco, redução de burocracias e adequação dos limites e taxas, sobretudo para a agricultura familiar.
Na avaliação do presidente do Sindicato Rural de Altinópolis-SP, Guilherme Vicentini, o seguro rural para a cafeicultura não atende o setor e precisa ser aprimorado. “Hoje temos o seguro que cobre a vida da planta, mas por falta de recursos subsidiados pelo governo, o produtor fica desprotegido”.
A advogada da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (Faemg), Helena Carneiro, também destacou a ausência de recursos para alguns produtores do estado. “Diversas atividades possuem um calendário diferente, então quando o produtor tenta acessar o PSR, o volume já foi todo utilizado por outras regiões. Seria interessante pensar em algo que contemplasse essas outras culturas”.
Já o diretor do Sindicato Rural de Mogi das Cruzes-SP, Gildo Saito, falou sobre os desafios dos produtores em acessar o custeio rural por falta de garantias e seguros que não contemplam a sazonalidade de safras curtas, como hortaliças. “Na atividade de hortifrúti, os ciclos são curtos, portanto, a colheita é rápida. O processo para fazer o seguro do lote ou talhão é tão moroso que, quando o recurso sai, o produtor já colheu e vendeu a produção”.
Guilherme Rios explicou que o principal problema para a oferta de melhores condições do seguro rural continua sendo o baixo orçamento ofertado pelo governo federal. “Nós sabemos da dificuldade do governo em aportar recursos para aumentar o PSR, embora a necessidade da ferramenta esteja clara para todos, sobretudo no cenário de adversidades climáticas que enfrentamos em anos recentes”.