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Em workshop, CNA debate desafios e oportunidades da irrigação
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Confederação abordou o tema em evento com representantes do setor público e privado na terça (19)

19 de novembro 2024
Por CNA

Brasília (19/11/2024) – A CNA realizou, na terça (19), o “2º Workshop - Setor Agropecuário e a Gestão da Água - Polos de Agricultura Irrigada" para debater a importância da irrigação para o agro, para a economia do país, na garantia da segurança alimentar global e no desenvolvimento sustentável de diversas regiões do Brasil.

O evento reuniu na sede da entidade, em Brasília, especialistas, produtores rurais, presidentes de federações estaduais de agricultura e pecuária, diretores, técnicos do Sistema CNA/Senar e representantes dos setores público e privado.

Na abertura do evento, o diretor técnico da CNA, Bruno Lucchi, lembrou da decisão estratégica da Confederação de criar a Comissão Nacional de Irrigação e falou da importância do colegiado, composto por representantes das federações estaduais, como porta de entrada das demandas dos produtores rurais.

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Lucchi trouxe um panorama dos desafios de ampliar o uso da tecnologia e como ela traz uma série de benefícios aos produtores e ao país. O diretor falou ainda de questões regulatórias, dos processos de outorgas e dos polos de agricultura irrigada.

Para o diretor, o workshop é um momento de compartilhar experiências positivas e agilizar as demandas dos produtores, “para que possamos devolver resultados a eles” e, assim, “conseguir maior agilidade na ampliação da irrigação do país.”

A diretora do Departamento de Irrigação do Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR), Larissa Rêgo, destacou a parceria com a CNA e os demais órgãos, afirmou que a pauta é positiva, mas traz desafios complexos.

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“Os polos de irrigação vieram com esse papel de trazer mais dinamismo e participação da sociedade, para que possamos trabalhar de forma mais eficiente as demandas. O Brasil hoje irriga 8,5 milhões de hectares, segundo estudos da ANA, mas temos um potencial a curto prazo de 20 milhões. E podemos chegar a 55 milhões de hectares irrigáveis.”

Larissa também pontuou alguns desafios para ampliar e agilizar o uso da irrigação no país. E citou a questão das outorgas e da energia elétrica.

O diretor da Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA), Filipe Sampaio, ressaltou a importância do debate e do agro para a produção de alimentos. Sampaio disse que o Brasil tem terra e água em abundância para ampliar essa produção e, por isso, precisa que a gestão da água seja feita de forma eficiente.

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Ele frisou as ações da agência na questão das outorgas. “A ANA tem adotado como estratégia o fomento, a integração com os estados, o investimento e a inovação de regulação dos usos de recursos hídricos e a otimização do processo de outorga.”

Sampaio disse ainda que a agência investe em uma plataforma única para integrar o sistema de outorga dos estados e tem ampliado o diálogo com as instituições do agro para melhorar os processos.

Gustavo Goretti, coordenador-geral de Irrigação e Conservação de Solo e Água do Ministério da Agricultura (Mapa), falou que o papel do ministério tem sido a articulação com outros ministérios e com o setor privado para alavancar o potencial de desenvolvimento da irrigação no país.

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“A irrigação é a única tecnologia que consegue dobrar o crescimento de uma única área simplesmente pelo usa da tecnologia, até triplicar, dependendo da região, com aumento da produtividade.”

Goretti acredita que as discussões do workshop podem contribuir para alavancar o crescimento do setor. “A irrigação gera benefícios não só para o agro, mas para toda a região. Você demanda mão de obra, mais insumo, armazenagem, então isso gera uma riqueza regional muito grande.”

Palestras e plano de ação – Após a abertura, os participantes do workshop discutiram, na parte da manhã, a elaboração de um plano de ação para o setor por meio de palestras sobre o panorama da irrigação no Brasil e no mundo e como acontece, atualmente, a gestão dos polos de agricultura irrigada no país.

O presidente da Comissão Nacional de Irrigação da CNA, David Schmidt, falou sobre a sustentabilidade da agropecuária brasileira e a necessidade de incremento da produção de alimentos para atender o crescimento populacional.

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Schmidt mostrou um histórico sobre a evolução da tecnologia e inovação para a produção de alimentos baseada no tripé assistência técnica, pesquisa e crédito.

Segundo ele, o Brasil se destaca pela disponibilidade de terra e água e, com o uso de tecnologia e irrigação, é possível atender a demanda global por alimentos.

Ele trouxe dados da FAO sobre o crescimento da população até 2050, que chegará a 9, bilhões de pessoas, e frisou que o Brasil será responsável por produzir 60% dos alimentos para essa população.

“Isso explica porque o Brasil está no centro do debate para a produção de alimentos. Temos essa aptidão natural. O mundo sabe disso. Não é só ter terra e água, mas condições de atender essa demanda. Não tem como o Brasil virar as costas para essa responsabilidade global.”

O presidente da Comissão da CNA disse ainda que a irrigação não é só uma forma de produzir, mas de estabilizar as variáveis climáticas, como um seguro rural. “É uma forma de mitigar riscos na agricultura, principalmente em regiões com déficit hídrico. Além de ser uma forma de garantir renda para o pequeno produtor rural.”

Em relação aos polos de irrigação, o coordenador geral de Sustentabilidade de Polos e Projetos de Irrigação do MIDR, Antônio Leite, fez uma apresentação sobre o assunto e destacou a Política Nacional de Irrigação (lei 12.787/13), que visa incentivar a ampliação da área irrigada de forma sustentável.

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Leite explicou os benefícios dos projetos públicos de irrigação como geração de emprego, elevação do nível profissional no meio rural, aumento da produção agrícola e otimização do uso do solo e da água.

O profissional ressaltou ainda os desafios do setor, lembrando que há uma fila para criação de novos polos, que o ministério está trabalhando internamente para saber quais serão reconhecidos em 2025. “Agora vamos trabalhar para melhorar o trabalho interno dos polos já criados.”

Após as palestras, a assessora de Sustentabilidade da CNA, Jordana Girardello, e o técnico Fernando Ximenes falaram sobre um trabalho realizado com os coordenadores dos polos de irrigação. As informações serão mais detalhadas com os Polos e consolidadas em um documento que será entregue aos atores responsáveis dentro do legislativo e executivo com as demandas pontuadas do setor.

À tarde, ocorreram mais debates e produtores rurais trouxeram as experiências com o processo dos novos modelos de outorga que estão em estudo pela ANA.

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