Livro feito por alunos vira projeto no Agrinho 2025
Obra inspirada pela curiosidade infantil mobiliza escola e comunidade em Cornélio Procópio
Comunicação Sistema FAEP
Fonte: Comunicação Sistema FAEP
A curiosidade de um aluno da Escola Municipal Ângelo Mazzarotto, em Cornélio Procópio, no Norte Pioneiro do Paraná, inspirou um projeto que une criatividade, aprendizado e transformação social. A partir da pergunta “De onde vem a ração dos cachorros?”, nasceu o livro “A festa da amizade entre o Campo e a Cidade”, escrito pela professora Andréia Godoy e ilustrado pelos estudantes, como parte das atividades do Programa Agrinho 2025, promovido pelo Sistema FAEP.
A pergunta do aluno abriu espaço para a professora ampliar o debate em sala de aula, propondo novas reflexões sobre a origem de alimentos do dia a dia, como o chocolate e o pão. Para abordar o tema de forma lúdica, Andréia criou o personagem “Campo” e, junto com a turma, desenvolveu a personagem “Cidade”, escolhida por votação entre as crianças.
“Eles não sabiam de onde vinham os alimentos que consumiam. Decidi criar um personagem que representasse o campo e pedi para eles ajudarem com o restante. Eles se envolveram em todas as etapas, desde os desenhos até as visitas práticas”, conta a professora.
LIVRO | A festa da amizade entre o Campo e a Cidade
Com idades entre 7 e 8 anos, os alunos participaram de atividades que deram vida ao conteúdo do livro. Visitaram uma fazenda, almoçaram em um restaurante rural, conheceram uma indústria de ração e foram à Universidade Estadual do Norte do Paraná (UENP), no município de Bandeirantes, para conhecer a fazenda experimental do curso de Medicina Veterinária. A turma também promoveu campanha de arrecadação de ração para ONGs de proteção animal, que superou 450 quilos de doações, com apoio da comunidade e de empresas locais.
O envolvimento da escola e da cidade cresceu junto com o projeto. O lançamento oficial do livro contou com sessão de autógrafos, presença do prefeito e cobertura da rádio local, que também patrocinou a impressão de exemplares. “As crianças deram entrevistas, se sentiram importantes. Foi emocionante. Com isso, estamos plantando sementinhas para o futuro”, destaca a professora.
Os personagens – que também viraram mascotes da escola – passaram a circular pelas casas dos alunos na “Sacola da Leitura”, aproximando as famílias do processo de alfabetização. “Com as rimas do livro, as visitas e os projetos interdisciplinares, a alfabetização flui de forma leve e prazerosa. As crianças aprendem com gosto”, completa a docente.
Veterana do Programa Agrinho, Andréia já havia conquistado o terceiro lugar na categoria Experiência Pedagógica na edição de 2023, com outro projeto inspirado em um aluno da Escola Ângelo Mazzarotto. Na época, a ideia surgiu do sonho de uma criança em tomar café da manhã em uma padaria – um desejo simples, mas distante da realidade das famílias mais carentes da comunidade escolar.
“Quando ganhei em 2023, nossa escola, que era vista como periférica, ficou em evidência e passou a ser reconhecida pelo excelente trabalho que desenvolve com as crianças. O Agrinho deu visibilidade e valorizou alunos e professores”, emociona-se a professora.
Para o presidente interino do Sistema FAEP, Ágide Eduardo Meneguette, histórias como a de Cornélio Procópio mostram a verdadeira essência do programa. “O Agrinho vai além do concurso. Ele transforma vidas, desperta talentos e valoriza o trabalho de professores que fazem a diferença na educação do Paraná”, afirma.