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Inflação de alimentos e bebidas cai 0,18% em junho

IPCA

Por CNA 14 de julho 2025
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A inflação, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), foi de 0,24% em junho de 2025, ficando 0,02 p.p. abaixo do registrado em maio (0,26%). Em junho de 2024, o índice teve alta de 0,21%.

O IPCA acumulado nos últimos 12 meses apresentou alta de 5,35%, superando o teto da meta para 2025, de 4,5%.

Gráfico 1. IPCA - Índice Geral e Grupos - Variação mensal (%)

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O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) foi de 0,24% em junho de 2025, ficando 0,02 p.p. abaixo do registrado no mês de maio, quando apresentou alta de 0,26%. Como base de comparação, em junho de 2024 o índice havia apresentado aumento de 0,21%. Quando observado a média histórica para o mês, junho de 2025 ficou abaixo do resultado dos últimos cinco anos (0,31%).

Gráfico 2. IPCA - Meses de Junho de cada ano (%)

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Fonte: IBGE. Elaboração: DTec/CNA.

Com exceção do grupo de Alimentação e Bebidas, os demais registraram alta de maio para junho. Assim como no mês anterior, o grupo de Habitação foi o que reportou maior variação e impacto sobre o IPCA de junho, com alta de 0,99% e 0,15 p.p. de impacto. O resultado é justificado pela vigência da bandeira tarifária vermelha, patamar 1, no mês de junho, que adiciona R$4,46 à conta de luz a cada 100 KWh consumidos. Com isso, a energia elétrica residencial (2,96%) foi o subitem com o maior impacto individual no índice geral (0,12 p.p.).

O grupo de Transporte foi o segundo maior impacto no IPCA do mês, igual a 0,05 p.p., com variação de 0,27%. Apesar da queda nos preços dos combustíveis (-0,42%), com recuos na gasolina (-0,34%), no etanol (-0,61%), no óleo diesel (-1,36%) e no gás veicular (-1,1%), o aumento foi impulsionado pelas variações ocorridas nos preços no transporte por aplicativo (13,77%) e nos serviços de conserto de automóveis (1,03%).

O grupo de Alimentação e Bebidas registrou queda de 0,18% em junho, contribuindo com -0,04 p.p. para o IPCA do mês. O subgrupo Alimentação no Domicílio recuou 0,43%, dando continuidade ao arrefecimento observado em maio, quando o grupo apresentou uma leve alta de 0,02%, após variação de 0,83% em abril. Contribuíram para esse resultado a queda nos preços do arroz (-3,23%), do ovo de galinha (-6,58%), da laranja-pera (-9,19%), das carnes (-0,35%) e da cenoura (-7,89%). No lado das altas destacamse a manga (13,97%), o tomate (3,25%), o queijo (0,73%), o café moído (0,56%) e o pimentão (14,01%). A Alimentação fora do Domicílio, por sua vez, reportou alta de 0,46%, também inferior ao resultado registado em maio (0,58%). No acumulado dos últimos 12 meses, até junho, o índice geral registrou aumento de 5,35%, com o grupo Alimentação e bebidas apresentando alta de 6,66% e Alimentação no domicílio, de 6,23%.

Gráfico 3. IPCA - Índice Geral e Grandes Grupos - Acumulado em 12 meses (%)

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Fonte: IBGE. Elaboração: DTec/CNA.

O que muda para o produtor?

As variações de preços observadas no IPCA de junho impactam os custos de produção agropecuária, especialmente em razão da alta no preço da energia elétrica. Esse aumento afeta principalmente as atividades mais intensivas no uso de eletricidade, como aquelas realizadas em propriedades que utilizam sistemas de irrigação, climatização, resfriamento, conservação, bombeamento e circulação de água, além da manutenção de sistemas de aeração. Por outro lado, o aumento do IPCA no grupo Transportes não representa um fator adverso para a atividade do produtor rural, uma vez que os preços dos combustíveis mantiveram trajetória de queda em junho (-0,42%). Esse comportamento contribui para o alívio dos custos de produção, tanto dentro da porteira, como no funcionamento de máquinas e implementos agrícolas, quanto fora da porteira, impactando o transporte de insumos e o escoamento da produção.

Comparando o resultado do IPCA do mês de junho com o índice de preços internacionais de produtos alimentícios calculado pela FAO (Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação), o Índice de Preços de Alimentos da FAO - IPFA, que abrange as categorias de cereais, óleos vegetais, carnes, laticínios e açúcar, observa-se uma dinâmica distinta entre os mercados externo e interno. O IPFA atingiu média de 128,0 pontos em junho, representando um aumento de 0,5% em relação ao mês anterior (127,3), pressionado pelo aumento do preço da carne no mercado global, contrastando com o comportamento observado no IPCA. O IPFA também registrou aumento nos preços dos laticínios e dos óleos vegetais. Já os preços dos cereais e açúcar seguiram tendência de queda no mercado global.

Diferente dos preços internos, o preço global das carnes atingiu um novo pico em junho, alcançando 126 pontos, uma alta de 2,6 pontos (2,1%) em relação a maio e 7,9 pontos (6,7%) em relação ao seu valor no ano anterior (118,1 pontos). Esse aumento refletiu a oferta mais restrita de exportações brasileiras e a forte demanda dos Estados Unidos. O preço do arroz no mercado internacional apresentou queda, assim como no mercado interno, com variação negativa de 0,8%, devido à menor demanda por variedades. O preço global dos laticínios, particularmente os queijos, também registrou aumento no mês de junho. O grupo de laticínios atingiu uma média de 154,4 pontos no mês, o que equivale a um aumento de 0,5% em relação a maio. A elevação nos preços dos queijos foi atribuída à contínua e sólida demanda do varejo e do setor de alimentação no Leste Asiático.

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Principais altas de preço no mês de junho/2025:

Principais quedas de preço no mês de junho/2025:

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