CNA participa de audiência pública sobre ferrovias

Debate ocorreu na quarta (13), no Senado

Por CNA 13 de agosto 2025
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Brasília (13/08/2025) - A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) participou, na quarta (13), de audiência pública na Comissão de Agricultura e Reforma Agrária (CRA) do Senado para discutir a regulamentação e a fiscalização do transporte ferroviário de cargas no Brasil.

A audiência foi uma iniciativa do presidente da Comissão, senador Zequinha Marinho (PA), e reuniu representantes do governo, de entidades setoriais e de usuários do transporte ferroviário.

Elisangela Pereira Lopes, assessora técnica da Comissão de Logística e Infraestrutura da CNA, afirmou que a discussão é essencial para a competitividade do agro brasileiro. Na audiência, ela apresentou dados que projetam o crescimento da safra brasileira.

“Tenho dito e repetido que a infraestrutura não acompanha a evolução do agro brasileiro. Para suportar essa produção, o que será feito? Qual será a infraestrutura, a logística? Vamos continuar transportando a safra praticamente apenas por caminhões?”.

Segundo Elisangela, 85% da produção de soja e milho é escoada por rodovias, modelo que não é adequado para longas distâncias. A assessora técnica também alertou para o fato de que, apesar do Brasil contar com mais de 30,5 mil km de extensão ferroviária, a maior parte enfrenta alta ou média ociosidade, ou ainda está sem operação.

Na audiência, Elisangela afirmou que a falta de opções e de investimentos em transporte acarreta custos altos. “É o produtor rural quem paga essa conta. A commodity é balizada num preço internacional e não é possível repassar esse custo para o preço final. Parte do valor do produto é retirada da lucratividade de quem produz”.

A assessora técnica defendeu investimentos estratégicos no modo ferroviário, com destaque para a Ferrogrão. “Com a Ferrogrão, o custo pode cair até 40% em relação à malha Norte + Paulista”. Para a assessora, é essencial aumentar a oferta de ferrovias especialmente em regiões de novas fronteiras agrícolas

Por fim, Elisângela ressaltou a importância de dar voz aos usuários do sistema. “O maior pleito é dar mais voz ao usuário, ao produtor, ao embarcador. Sem carga não existe ferrovia, não existe rodovia, não existe transporte. É importante que todos os atores envolvidos conversem e cheguem a um denominador comum”, concluiu.

A audiência contou com representantes da Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove), da Confederação Nacional do Transporte (CNT), da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), do Ministério dos Transportes, da Associação Nacional dos Usuários do Transporte de Carga (ANUT), da Associação Nacional dos Transportadores Ferroviários (ANTF) e da Associação Brasileira das Ferrovias Autorizadas (Abrafa).

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