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Produtores de cafés especiais torrados destacam importância de premiação da CNA
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Cerimônia do Prêmio Brasil Artesanal foi realizada na noite de quinta (23)
Brasília (24/05/2024) – Os produtores rurais, vencedores do “Prêmio CNA Brasil Artesanal 2024 – Cafés Especiais Torrados”, destacaram a importância da realização do concurso para ampliar a visibilidade de seus produtos e apresentar a qualidade dos cafés especiais torrados do país.
O anúncio dos ganhadores das duas categorias arábica e café canéfora (robusta e conilon) ocorreu na noite de quinta (23), na sede da CNA, em Brasília. Todos os 10 finalistas receberam prêmios em dinheiro e certificado dos organizadores.
Os três primeiros colocados de cada categoria conquistaram troféus e um Selo de Participação (Ouro, Prata ou Bronze) do Prêmio CNA Brasil Artesanal 2024. Os prêmios foram recebidos pelos próprios proprietários, familiares e representantes das empresas inscritas no concurso.
O vencedor da categoria arábica foi o Café Família Protazio, do produtor rural Manoel Protazio de Abreu, do município de Dores do Rio Preto, no Espírito Santo. Emocionado, Manoel agradeceu à CNA por reconhecer o trabalho do pequeno produtor e também à sua família, em especial os filhos, que assumiram a produção do café.

“É uma honra muito grande receber esse prêmio. O segredo é a união da família porque meus filhos trabalham incansavelmente para fazer um bom café. Tenho certeza que o Selo Ouro será mais um incentivo para nós continuarmos produzindo”, disse.
Maria Joana Protazio, esposa de Manoel, também agradeceu à entidade e seus filhos que os ajudaram a se inscrever no concurso. “É muito emocionante. Sempre tive medo dos filhos saírem da roça, mas ninguém saiu. Já estamos idosos e eles estão cuidando da lavoura com muito carinho e amor, todos juntos”. Maria já sabe o que fazer com o prêmio: “vamos investir na torrefação e melhorar ainda mais a qualidade do café”.
Já na categoria canéfora (robusta e conilon), o grande vencedor foi o Café da Luz – Fermentado, do produtor João Alves Da Luz, de Cacoal, em Rondônia. Segundo ele, trabalhar com cafés especiais não e fácil, mas sempre teve em mente onde queria chegar e se esforçou para produzir o melhor café. “Quem ganha com isso tudo é o consumidor final que vai beber um produto de qualidade”.

João demonstrou sua felicidade e satisfação em ganhar o Selo Ouro do prêmio. “É uma alegria muito grande, só temos a ganhar com tudo isso. Esse prêmio vai servir como vitrine, todo mundo vai saber que temos uma das melhores torras de café artesanal do Brasil. Esse trabalho que a CNA fez vai agregar mais valor ao nosso produto”.
A abertura da cerimônia de premiação, realizada na quinta (23), foi feita pelo vice-presidente da CNA, Júlio da Silva Rocha Junior, que esteve representando o presidente da entidade, João Martins.
Em seu discurso, Júlio disse que o Sistema CNA/Senar reconhece a importância dos cafés especiais e da agregação de valor, que proporcionam uma melhor remuneração aos cafeicultores. “A busca incessante pela qualidade superior dos grãos e o aprimoramento das técnicas de cultivo resultam em cafés que transcendem a bebida”.

Segundo o vice-presidente, os cafés especiais contam com histórias de paixão, dedicação e conhecimento tradicional dos produtores brasileiros, que trabalham incansavelmente para oferecer aos consumidores experiências sensoriais únicas.
“Esperamos que o concurso traga visibilidade e reconhecimento ao trabalho que realizam, que novas oportunidades se abram e o que o valor agregado à produção continue a transformar vidas”, afirmou Júlio da Silva.
Em seguida, o diretor executivo da Associação Brasileira da Indústria de Café (ABIC), Celírio Inário da Silva, destacou que mais do que um concurso, o prêmio é um símbolo de força, potencial e resiliência da cafeicultura brasileira. “É a demonstração de que, mesmo diante dos desafios, os produtores não se intimidam e continuam buscando a excelência em tudo que fazem”.

Durante a abertura, o diretor técnico do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), Bruno Quick, falou sobre a importância do prêmio para valorizar os cafés especiais e para a sucessão familiar no campo. “Na cafeicultura, agregar valor é a diferenciação. Esse é o caminho para manter a próxima geração e, principalmente, para levar renda e mais orgulho para o produtor”.

Para o presidente da Comissão Nacional de Café da CNA, Fabrício Andrade, os finalistas das duas categorias possuem histórias inspiradoras, que envolvem sustentabilidade, rastreabilidade, eficiência produtiva e segurança alimentar. Ele pontuou a qualidade dos cafés brasileiros e a importância de promover o aumento do consumo da bebida, não apenas como um produto, mas como um serviço, uma experiência.

A assessora técnica da CNA, Fernanda Regina, ressaltou a relevância do prêmio, que faz parte do Programa de Alimentos Artesanais e Tradicionais da CNA, que valoriza e reconhece o trabalho do pequeno e médio produtor brasileiro. “Esse momento chancela a busca incessante pelo reconhecimento dos pequenos produtores. Todos são vencedores e é uma grande vitória para cada um. Eles sabem que agora começa uma nova história na vida deles”, disse.
A cerimônia contou com a presença de diretores da CNA, presidentes de federação de agricultura e pecuária, dos produtores finalistas do concurso e familiares, especialistas e representantes de embaixadas.
O Prêmio – A iniciativa foi realizada pela CNA, em parceria com a ABIC e com a empresa da consultora e barista Helga Andrade, especialista em cafés. O concurso teve a participação de 232 marcas de cafés especiais torrados de pequenos produtores rurais.
O júri técnico, composto por 10 especialistas, selecionou 10 rótulos, que também foram avaliados pelo público geral na fase do júri popular, em Belo Horizonte (MG). A última etapa foi a análise das histórias dos cafés, feita a partir da descrição do produtor sobre o processo produtivo utilizado na produção, as tradições e as regionalidades.
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Artesanal e Tradicional – O Prêmio é uma iniciativa das ações do Programa de Alimentos Artesanais e Tradicionais da CNA, que oferece soluções e alternativas ao pequeno e médio produtor rural que auxiliem na sua profissionalização e na capacidade de agregar valor a esses tipos de alimentos.
A CNA promove o Prêmio CNA Brasil Artesanal desde 2019. Já foram realizados concursos para fazer o reconhecimento de produtores de chocolates, queijos, salames, cachaças, azeite e vinho. No dia 2 de maio, a CNA abriu inscrições para a 10ª edição do concurso, voltado para produtores de mel de todo o país.
Veja a lista dos vencedores no link: https://cnabrasil.org.br/premiocafe2024
Assista a cerimônia completa: