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21 de março de 2017
A agricultura e o mercado futuro
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POR CNA

Operar de forma mais intensiva no mercado futuro pode ser uma saída para os produtores rurais. Um contrato futuro nada mais é do que um contrato de compra e venda entre dois investidores. A parte comprada se compromete a comprar o ativo objeto do contrato na data de vencimento a um preço pré-definido. A parte vendida se compromete a vender e entregar o ativo em questão. Isso acontece no chamado mercado futuro.

A Faesc vai discutir formas de ampliar a participação do produtor nos negócios agropecuários realizados no mercado futuro. A intenção é aumentar a presença dos produtores nesse mercado e a quantidade de produtos negociados. Um dos objetivos é discutir formas para dinamizar os negócios agropecuários na BM&F de maneira que sejam mais amplamente utilizados pelos agropecuaristas.

Para os produtores, os negócios na bolsa de futuros representam um seguro de preços para a comercialização dos produtos agropecuários. Ainda não é possível fixar, no mercado, preços para o próximo ano, mas atuando no mercado futuro os produtores podem comercializar a safra que ainda vão colher. O objetivo do mercado futuro não é receber ou vender os produtos que os contratos negociados representam – milho, por exemplo – mas lucrar com a variação de preços desses produtos. Um produtor de milho, no entanto, através dos contratos futuros, pode garantir que conseguirá vender seu produto por um preço justo em determinada data independentemente do preço de mercado ter caído vertiginosamente na ocasião.

Assim como no contrato a termo tradicional, o contrato futuro estabelece a liquidação física ou financeira (mediante a concretização da compra e venda de certa quantidade de uma mercadoria ou ativo financeiro) em data futura, por um preço estipulado. Porém, enquanto no mercado a termo os compromissos são liquidados integralmente nas datas de vencimento, no mercado futuro o contratante não precisa "carregar sua posição" até a data de vencimento. Isto é possível porque, nos contratos futuros, os preços dos ativos são ajustados diariamente, segundo as expectativas do mercado - expressas pelas cotações desses ativos na Bolsa. O contratante pode, assim, negociar e transferir sua obrigação para outra pessoa, antes da data de vencimento do contrato, auferindo lucro ou prejuízo, conforme o preço do dia. 

No segundo semestre do ano passado, período de forte valorização do milho, os produtores catarinenses foram estimulados a aumentar a área de plantio, com garantia de ótimo preço pelos tradicionais compradores, entre eles, cooperativas e agroindústrias. Infelizmente, poucos firmaram contratos de venda futura. Atualmente, os preços estão muito aquém da oferta daquela oportunidade. Esse exemplo é emblemático e confirma: é essencial atuar no mercado futuro para evitar perdas.

*José Zeferino Pedrozo é Presidente da Faesc e do Senar/SC

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