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Alimentação no domicílio recua 0,20% em novembro

IPCA

Por CNA 12 de dezembro 2025
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Ipca dezembro 2025
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A inflação, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), registrou alta de 0,18% em novembro de 2025, ficando 0,09 p.p. acima da taxa registrada em outubro (0,09%). Em novembro de 2024, o índice teve alta de 0,39%.

O IPCA acumulado nos últimos 12 meses ficou em 4,46%, abaixo dos 4,68% dos 12 meses imediatamente anteriores e ligeiramente inferior do teto da meta para 2025, de 4,5%.

Gráfico 1: IPCA – Índice Geral e Grupos – Variação mensal (%)

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O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) registrou aumento de 0,18% em novembro de 2025, ficando 0,09 ponto percentual (p.p.) acima do registrado em outubro (0,09%). Como base de comparação, em novembro de 2024 o índice havia apresentado alta de 0,39%. Quando observado a média histórica para o mês, novembro de 2025 ficou abaixo do resultado dos últimos cinco anos (0,58%).

Gráfico 2: IPCA - Meses de Novembro de cada ano (%)

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Fonte: IBGE. Elaboração: DTec/CNA.

O grupo de Alimentação e Bebidas manteve-se estável, com recuo marginal de 0,01% na passagem de outubro para novembro, e impacto neutro no IPCA do mês. O subgrupo de Alimentação no Domicílio recuou 0,20%, completando seis meses consecutivos de queda. Contribuiu para esse resultado a queda nos preços do limão (-21,18%), do tomate (-10,38%), do leite longa vida (-4,98%), do arroz (-2,86%) e do café moído (-1,36%). No lado das altas, destacam-se o aumento nos preços da batata-doce (9,72%), da cebola (3,22%), do óleo de soja (2,95%), da banana-prata (1,80%) e das carnes (1,05%). A Alimentação fora do Domicílio, por sua vez, registrou alta de 0,46%. No acumulado dos últimos 12 meses até novembro, o índice geral registrou aumento de 4,46%, com o grupo Alimentação e Bebidas apresentando alta de 3,88% e Alimentação no Domicílio de 2,48%.

Os demais grupos, com exceção de Artigos de Residência e Comunicação, registraram alta nos preços em novembro, com destaque para Habitação e Transportes, os quais reportaram maiores impactos sobre o IPCA do mês. O grupo de Habitação registrou alta de 0,52% em novembro, com impacto de 0,08 p.p. no IPCA do mês, impulsionada pela energia elétrica residencial, que apresentou alta de 1,27% devido a vigência da bandeira tarifária vermelha patamar 1 a qual adiciona R$ 4,46 na conta de luz a cada 100 Kwh consumidos. O grupo de Transportes, por sua vez, teve alta de 0,22% em novembro, com impacto de 0,04 p.p. no IPCA do mês, reflexo da alta nos preços das passagens aéreas. Já os combustíveis registraram queda de 0,32% em novembro, com quedas no gás veicular (-0,51%), na gasolina (-0,42%) e no óleo diesel (-0,06%). Apenas o etanol ficou no campo positivo com variação de 0,39% no mês.

O grupo de Despesas Pessoais também reportou impacto significativo no IPCA de novembro, igual a 0,08 p.p. e alta de 0,77% decorrente do aumento nos preços da hospedagem (4,09%). Os demais grupos que registraram aumento nos preços na passagem de outubro para novembro, tiveram menor impacto no índice geral do mês.

Gráfico 3: IPCA – Índice Geral e Grandes Grupos – Acumulado em 12 meses (%)

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Fonte: IBGE. Elaboração: Dtec/CNA.

O que muda para o produtor?

Ao longo do primeiro semestre de 2025, a expectativa para o IPCA permaneceu em torno de 5,0% ao ano, acima do teto da meta de inflação (4,5%). Por essa razão, o Copom manteve a taxa básica de juros em patamar elevado durante todo o ano, fixando a meta Selic em 15,0% a partir de julho, o que prejudicou a atividade econômica e o consumo. A partir do início do segundo semestre, entretanto, a inflação começou a recuar, puxada principalmente pela queda nos preços dos alimentos. Com isso, o IPCA deve encerrar o ano abaixo do teto da meta, abrindo espaço para o início do ciclo de redução de juros no começo de 2026. A expectativa é que o Copom comece a cortar os juros já na primeira reunião, em janeiro, e que a Selic encerre o próximo ano em 12,25%.

Preço dos alimentos do Mundo

Para fins de comparação, faz-se uma análise do índice de preços internacionais de produtos alimentícios calculado pela FAO (Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação), o Índice de Preços de Alimentos da FAO – IPFA, referente ao mês de novembro, com abrangência das categorias de cereais, óleos vegetais, carnes, laticínios e açúcar. O IPFA atingiu média de 125,1 pontos em novembro, situando-se abaixo do índice revisado registrado em outubro (126,6). No geral, foi observado queda nos índices de preços de todos os produtos analisados, exceto cereais.

O preço internacional dos cereais atingiu 105,5 pontos em novembro, alta de 1,8% em relação a outubro. Exceto o índice de arroz, os demais cereais reportaram aumentos nos níveis de preços ocasionado por tensões na região do Mar Negro e pelas expectativas de frustração de oferta na Federação Russa e na América do Sul. O grupo de carnes, por sua vez, registrou média de 124,6 pontos em novembro, queda de 0,8% em relação a outubro, justificada pelos recuos nos preços da carne suína e de aves, enquanto o preço mundial da carne bovina permaneceu praticamente estável no período, resultado da retirada das tarifas de importação de carne bovina dos EUA, atenuando a pressão sobre os preços, especialmente da carne australiana.

O preço dos óleos vegetais atingiu 165,0 em novembro, baixa de 2,6% em relação a outubro, refletindo a queda nos preços dos óleos de palma, canola e girassol, compensando o leve aumento nas cotações do óleo de soja, que continuam pressionados pela firme demanda do setor de biodiesel no Brasil. Em relação aos lácteos, os preços internacionais atingiram média de 137,5 pontos em novembro, uma queda de 1,7% em relação ao mês de outubro, refletindo um declínio nos preços de todos os subitens do grupo em função da ampla disponibilidade nos países exportadores. Já o índice de preço do açúcar ficou em 88,6 pontos em novembro, recuo de 5,5% em relação a outubro, resultados da expectativa de ampla oferta global do produto, particularmente nas principais regiões produtoras do Brasil.

O que caiu

Tabela 1: Maiores Impactos de Baixa – Produtos Selecionados

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Fonte: IBGE. Elaboração: DTec/CNA.

Principais quedas de preço no mês de novembro/2025:

Limão: A normalização da colheita, com a entrada da safra 2025/26 na região Sudeste, pressionaram os preços do fruto para baixo.

Tomate: Temperaturas mais altas aceleraram a maturação e ampliaram o volume colhido, além da intensificação da entrada do tomate de verão nos atacados, pressionou os preços do fruto para baixo.

Leite longa vida: A chegada do período chuvoso, aliado às importações aquecidas, impactou negativamente os preços do produto. A cotação do leite ao produtor recuou 5,6% no pagamento de novembro, alcançando R$ 2,2996 por litro.

Arroz: Mesmo com avanços na semeadura da safra 2025/26, a combinação entre oferta elevada e retração da demanda interna manteve o mercado pressionado ao longo do período. O Indicador CEPEA/IRGA recuou 5,48% no mês, refletindo cotações, aos produtores, ainda abaixo dos custos de produção.

Café moído: A queda nos preços refletiu um leve recuo nas cotações do grão no mercado interno, influenciado pela maior oferta da safra 2025 no Brasil, que, segundo a Conab, foi 4,3% superior à safra de 2024. Com a maior disponibilidade de matéria-prima, a indústria e o varejo ajustaram os preços.

O que subiu

Tabela 2: Maiores Impactos de Alta - Produtos Selecionados

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Fonte: IBGE. Elaboração: DTec/CNA.

Batata-doce: A menor oferta em algumas regiões, típica do período de transição de safra, aliada ao encarecimento geral das raízes nas centrais de abastecimento, pressionou a alta dos preços.

Cebola: A redução da oferta em parte das regiões produtoras, com o Cerrado goiano e mineiro já com as safras encerradas, e o avanço mais lento da colheita no Sul devido às chuvas levaram a cotações mais altas do produto.

Óleo de soja: As cotações acompanharam o aquecimento da demanda global e a valorização na Bolsa de Chicago. No Brasil, após meses de fortes altas, o ritmo de negociações do derivado diminuiu, já que muitas indústrias de biodiesel haviam antecipado suas compras. Ainda assim, o patamar de preços segue elevado, apoiado também pelo movimento da soja em grão, que registrou alta de 1,6% no Paraná.

Banana-prata: A combinação da menor oferta, conforme o calendário de colheita, e da melhoria da qualidade da fruta impactou a alta dos preços.

Carnes: O aumento foi puxado pelas carnes bovina e suína, com reajustes de 4,3% e 0,7%, respectivamente, nas indústrias (atacado) em novembro, na comparação anual (Cepea). Nos dois casos, a alta foi em função da menor oferta de animais para abate e a demanda firme, tanto no mercado interno como para as exportações. Os reajustes na base e indústrias foram repassados ao varejo.

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