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Arroba do boi gordo subiu 14% em outubro
A demanda firme das indústrias por boiadas para abate frente a oferta comedida de animais terminados fez o preço do boi gordo subir nesta semana. O Indicador Cepea fechou em R$312,75/@ em São Paulo no dia 24/10, uma alta de 3,6% na comparação semanal.
O bom ritmo das exportações brasileiras de carne bovina colabora com esse cenário. A média diária exportada em outubro/24, até a terceira semana, foi de 12,6 mil toneladas/dia, volume 5,1% maior que a média de setembro/24 e 42,1% acima do registrado em outubro do ano passado (Secex).
No mercado atacadista, após a forte valorização em outubro, a carne bovina recuou nos últimos dias, o que pode ser um indicativo de dificuldade de repasse dos aumentos da matéria-prima (boi gordo) para os preços nas indústrias. A carcaça casada (boi) foi negociada em R$21,47/kg no atacado. Em curto prazo, o viés é de alta no mercado do boi gordo, no entanto, a redução na margem das indústrias pode limitar os aumentos nos preços da arroba.
É importante acompanhar também a evolução da oferta de animais terminados em
confinamento, com previsão de um volume maior neste final de outubro e novembro.
Mercado futuro: aliado na reposição de animais
O mercado do boi gordo ultrapassou a faixa dos R$ 300,00/@ e junto com essa valorização veio o aumento dos preços dos animais de reposição. Porém, o aumento que é observado nos animais de reposição, como bezerro e boi magro, tem sido mais intenso, configurando o chamando ágio.
O ágio entre bezerro/boi gordo e boi magro/boi gordo não é novidade. Mas, com a escalada dos preços vem uma preocupação comum entre os pecuaristas: e se o ágio aumentar mais?
Quando o ágio aumenta, a relação de troca entre boi gordo e animais de reposição fica menor, o que pode impactar no aumento e/ou manutenção do rebanho do produtor, por exemplo. Diante disso, o mercado futuro pode ser um aliado na estratégia de reduzir esse cenário não desejável.
Vamos a um exemplo:
Há um seguro que pode proteger contra a alta do mercado, que é a chamada call. Isso significa que se o mercado subir, o seguro te devolve a diferença do mercado e se o mercado cair, não a necessidade de utilizá-lo, ou seja, nada acontece. Diante desse racional, pode ser aplicado aos animais de reposição, com o objetivo de diminuir o ágio.
Hoje, com o mercado de janeiro a R$ 307,25/@, um seguro contra alta possui o valor de R$ 11,00/@ (quando esse relatório é escrito). Caso o mercado suba para
R$ 330,00/@, a bolsa irá devolver R$ 22,75/@ bruto e R$ 11,75/@ líquido, considerando o valor que foi investido nele.
Se o mercado futuro valorizou, o mercado físico e consequentemente o de reposição também. Ou seja, esse ganho financeiro pode ser utilizado para cobrir parte do ágio na hora da compra desses animais, melhorando a relação de troca do pecuarista. Agora, se o mercado recuar, o seguro não é utilizado, o que seria considerado apenas o valor investido do seguro.
Em resumo, o mercado futuro oferece ferramentas estratégicas para mitigar o impacto do ágio através de um seguro contra altas expressivas no mercado. Isso significa que o pecuarista pode garantir certa estabilidade no custo de reposição de animais, melhorando a relação de troca mesmo em um cenário de valorização.
Se você se interessou e quer saber mais detalhes, a CNA possui uma parceria com a StoneX que sempre estará disponível para te auxiliar e explicar melhor sobre as ferramentas de gestão de risco.
Confira as estratégias para o mercado futuro do boi gordo aqui.
Contato:
Marianne Tufani
Consultora em gerenciamento de riscos
(19) 9 9994-0917