Final de safra: aumento da oferta pressiona para baixo o mercado do boi gordo

ESTRATÉGIAS PARA O BOI GORDO NO MERCADO FUTURO

Uma parceria da CNA com a Stone X para o produtor rural

17 de maio de 2024

Final de safra: aumento da oferta pressiona para baixo o mercado do boi gordo

Com as pastagens perdendo vigor nas principais regiões pecuárias, a pressão de venda da boiada aumentou e essa maior disponibilidade de animais para abate fez o preço do boi gordo cair na semana.

A entrada da segunda quinzena do mês, sazonalmente de menor demanda por carne bovina, e as escalas de abates alongadas nas indústrias colaboram com as quedas nas cotações.

Nesse contexto, o Indicador do boi gordo Cepea fechou em R$225,90/@ em São Paulo no dia 16/5, uma queda de 2,5% na comparação semanal. No atacado, a carne bovina recuou 0,8% neste período, com a carcaça casada (boi) cotada em R$16,45/kg.

Expectativas: Em curto e médio prazos, o viés é de baixa no mercado do boi gordo. Além da maior oferta de bovinos para abate, a tendência é de queda na demanda interna com a entrada da segunda quinzena de maio. Por outro lado, temos as exportações brasileiras de carne bovina em bom ritmo, que podem limitar os recuos nos preços da arroba.

Mercado futuro: estratégias para o segundo semestre  

Com a expectativa de aumento da oferta de bovinos terminados no segundo semestre, o seguro contra baixa é uma das estratégias para o pecuarista se proteger com relação a receita, em especial nos meses de maior disponibilidade de boiada de cocho.

Hoje, no momento em que esse informativo é escrito, o mercado futuro do boi gordo para outubro/24 está em R$237,60/@ (B3 – São Paulo). Para diminuir o valor do prêmio, pois para datas mais longas ele aumenta, reduzimos o nível para o seguro em R$230,00/@, base São Paulo. Nesse patamar, o custo do seguro (prêmio) está em R$5,25/@, conforme a tabela a seguir:

Além disso, outra estratégia que pode ser realizada e, que também impacta na margem do pecuarista que faz a terminação dos bovinos em confinamento, é a compra do milho.

Para isso, é possível o pecuarista adquirir um seguro contra a alta do preço do insumo. Na tabela a seguir, as informações para o milho a R$64,00/saca, em setembro/24. O custo (prêmio) do seguro é de R$2,64/sacas.

Como ficaria o racional desta operação com milho?

Se na data em questão (setembro/24), o mercado do milho estiver em R$70,00/saca, por exemplo, o milho no mercado físico é comprado a este valor, mas o seguro contra alta é ativado e devolverá ao produtor a diferença em relação ao mercado futuro, de R$64,00/saca (nível adquirido), ou seja, R$6,00/saca.

Com isso, o milho físico comprado a R$70,00/saca, descontando os R$6,00/saca recebidos do mercado futuro, temos R$64,00/saca, que é o valor inicial bruto. Para o valor liquido, soma-se o custo (prêmio), de R$2,64/saca.

Se por outro lado o mercado físico finalizar em R$60,00/saca, o milho é comprado a este valor, sem a necessidade de ativar o seguro contra alta do milho. Neste caso, o produtor desembolsa o custo (prêmio) do seguro.

Concluindo, com a proteção contra baixa da venda da arroba do boi gordo e da alta da compra do milho, o produtor protege sua relação de troca e, consequentemente, a sua rentabilidade.

É válido lembrar que os valores são para fins de exemplo e sofrem alterações, conforme a variação de mercado.

Se você se interessou e quer saber mais detalhes, a CNA possui uma parceria com a StoneX que sempre estará disponível para te auxiliar e explicar melhor sobre as ferramentas de gestão de risco.

Confira as estratégias para o mercado futuro do boi gordo aqui.