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Inflação de alimentos e bebidas cai 0,26% em setembro

Por CNA 13 de outubro 2025
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Comunicado Tecnico IPCA Outubro 2025
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A inflação, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), registrou alta de 0,48% em setembro de 2025, ficando 0,59 p.p. acima da taxa registrada em agosto (-0,11%). Em setembro de 2024, o índice teve alta de 0,44%.

O IPCA acumulado nos últimos 12 meses ficou em 5,17%, acima dos 5,13% dos 12 meses imediatamente anteriores e acima do teto da meta para 2025, de 4,5%.

Gráfico 1 - IPCA – Índice Geral e Grupos – Variação mensal (%)

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O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) registrou aumento de 0,48% em setembro de 2025, ficando 0,59 ponto percentual (p.p.) acima do registrado em agosto (-0,11%). Como base de comparação, em setembro de 2024 o índice havia apresentado alta de 0,44%. Quando observado a média histórica para o mês, setembro de 2025 ficou abaixo do resultado dos últimos cinco anos (0,44%).

Gráfico 2 - IPCA - Meses de Setembro de cada ano (%)

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Fonte: IBGE. Elaboração: DTec/CNA.

Pelo quarto mês seguido, o grupo de Alimentação e Bebidas registrou queda. Em setembro, o recuo foi de 0,26% com impacto negativo no IPCA do mês igual a 0,06 ponto percentual (p.p.). O subgrupo de Alimentação no Domicílio recuou 0,41%, sendo que a queda nos preços do tomate (-11,52%), da cebola (- 10,16%), do alho (-8,70%), da batata-inglesa (-8,55%) e do ovo de galinha (-2,84%) contribuíram para esse resultado. No lado das altas, destacam-se o limão (33,50%), a manga (5,06%), o óleo de soja (3,57%), a banana-prata (2,35%) e o mamão (2,25%). A Alimentação fora do Domicílio, por sua vez, registrou alta de 0,11% dando sequência a desaceleração registrada na passagem de julho (0,87%) para agosto (0,50%). No acumulado dos últimos 12 meses até setembro, o índice geral registrou aumento de 5,17%, com o grupo Alimentação e Bebidas apresentando alta de 6,61% e Alimentação no Domicílio de 5,99%.

O grupo Habitação registrou a maior variação nos preços em setembro, igual a 2,97%, com impacto de 0,45 p.p. no IPCA do mês. O subitem contribui para esse resultado foi a energia elétrica, que subiu 10,13%, destacando-se como o principal impacto individual no índice do mês (0,41 p.p.). Esse resultado foi decorrente do fim da incorporação do Bônus de Itaipu às faturas de energia, bem como devido ao fato de seguir vigente a bandeira tarifária vermelha patamar 2, que adiciona R$7,87 na conta de luz a cada 100 kwh consumidos. O grupo de Transportes, por sua vez, saiu de -0,27% em agosto para 0,01% em setembro, reflexo da alta nos preços dos combustíveis (0,87%), com aumento nos preços do etanol (2,25%), da gasolina (0,75%), do óleo diesel (0,38%) e queda no preço do gás veicular (-1,24%).

Outros grupos que registraram aumento nos preços em setembro foram Vestuário (0,63%), Saúde e Cuidados Pessoais (0,17%), Despesas Pessoais (0,51%) e Educação (0,75%), mas com impacto no IPCA do mês significativamente inferior ao grupo de Habitação. Os demais grupos analisados, Artigos de Residência e Comunicação, registraram queda em seus preços iguais a 0,40% e 0,17%, respectivamente.

Gráfico 3 - IPCA – Índice Geral e Grandes Grupos – Acumulado em 12 meses (%)

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Fonte: IBGE. Elaboração: DTec/CNA.

O que muda para o produtor?

Em setembro, foi registrada uma alta expressiva nos preços da energia elétrica, decorrente do fim do Bônus de Itaipu, que havia concedido descontos nas faturas de agosto. Com essa elevação, além do efeito direto sobre os custos de produção do setor, o resultado também contribuiu para a aceleração do índice geral de preços, fazendo com que a inflação acumulasse alta de 5,17% nos últimos 12 meses. Esse movimento aumenta a preocupação quanto à manutenção da taxa Selic em patamar elevado por um período mais prolongado, o que afeta o custo do crédito rural, tanto pelas taxas livres de mercado quanto pela necessidade de mais recursos para equalização de juros no Plano Safra.

Para fins de comparação, faz-se uma análise do índice de preços internacionais de produtos alimentícios calculado pela FAO (Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação), o Índice de Preços de Alimentos da FAO - IPFA, referente ao mês de setembro, com abrangência das categorias de cereais, óleos vegetais, carnes, laticínios e açúcar. O IPFA atingiu média de 128,8 pontos em setembro, ligeiramente abaixo do índice revisado registrado em agosto (129,7). No geral, foi observado aumento apenas no índice mundial de preços da carne, enquanto os demais produtos (cereais, óleos vegetais, açúcar e laticínios) reportaram redução nos índices de preços.

O preço global das carnes atingiu 127,8 pontos em setembro, novo pico na série histórica e alta de 0,7% sobre agosto e 6,6% em relação a setembro de 2024. A carne bovina liderou o avanço do grupo, sustentada pela forte demanda dos EUA, que valorizou as cotações australianas, bem como devido ao aumento do preço da carne bovina brasileira, apoiado pela forte demanda global. As cotações mundiais da carne suína e de aves permaneceram estáveis no período, refletindo mercados globais relativamente equilibrados. O açúcar alcançou média de 99,4 pontos em setembro, 4,1% abaixo de agosto, impulsionado pela produção acima do esperado no Brasil e das perspectivas favoráveis de colheita na Índia e na Tailândia. No mercado de óleos vegetais, o índice chegou a 167,9 pontos, queda de 0,7% em relação a agosto, reflexo das menores cotações dos óleos de palma e de soja que compensaram o aumento nos preços dos demais óleos vegetais.

Os preços dos cereais atingiram 105,0 pontos em setembro, baixa de 0,6% sobre agosto decorrente da ampla oferta global de trigo e das perspectivas de provimento abundante de milho pelo Brasil e EUA. Já os preços internacionais dos laticínios atingiram média de 148,3 pontos em setembro, uma queda de 2,6% em relação ao mês de agosto, refletindo um declínio nos preços de todos os subitens do grupo em função da produção estável na UE e de uma demanda menos dinâmica por parte dos países importadores, bem como por questões relacionadas à sazonalidade de produção na Nova Zelândia.

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