Melhora na demanda por carne bovina dá sustentação ao mercado do boi

ESTRATÉGIAS PARA O BOI GORDO NO MERCADO FUTURO

Uma parceria da CNA com a Stone X para o produtor rural

3 de maio de 2024

Melhora na demanda por carne bovina dá sustentação ao mercado do boi

O aumento da demanda por carne bovina, com a virada de mês e a proximidade com o Dia das Mães, deu sustentação aos preços da carne no mercado atacadista.

Segundo dados do Cepea, a carcaça casada (boi) subiu 1,7% na comparação semanal, cotada em R$ 16,61/kg (2/5) nas indústrias em São Paulo.

A maior movimentação no mercado de carne refletiu em aumento na procura por boiadas terminadas pelos frigoríficos, fato que deu sustentação aos preços do boi gordo. No mais, nas regiões onde às condições das pastagens permitem, o pecuarista segue resistente nas negociações com os frigoríficos, o que colabora com o cenário de preços firmes. O Indicador Cepea fechou em R$ 231,10/@ em São Paulo (2/5), uma alta de 0,7% nesta semana.

Para a próxima semana (5 a 11 de maio), as expectativas são positivas com relação ao consumo doméstico e exportações brasileiras de carne bovina, o que deve manter os preços firmes no mercado do boi. Em abril/24, até a quarta semana, a média diária exportada de carne bovina foi de 10,19 mil toneladas por dia, um aumento de 22,6% em relação à média diária de março deste ano (Comex).

A atenção fica para a segunda quinzena de maio, quando a demanda interna deve recuar, além da previsão de uma oferta maior de bovinos para abate, com as pastagens perdendo vigor e maior pressão de venda para o pecuarista.

Resultados da compra de seguros contra a baixa no preço da arroba do boi gordo

Ao longo de abril/24, indicamos a possibilidade da compra de seguros contra a baixa da arroba do boi gordo. Acesse as publicações anteriores aqui.

Com a finalização do mês, é possível fazermos um exercício de como teria sido o resultado da atividade, caso o pecuarista tivesse obtido esse seguro.

Como demonstração prática, será considerado que o seguro foi obtido 90 dias atrás, ou seja, em janeiro/24, no início da fase de terminação do animal.

Naquela oportunidade (janeiro/24), o mercado futuro do boi gordo para abril/24 estava em R$ 242,85/@ (B3 – São Paulo).  O seguro estava em R$ 4,00/@, conforme a tabela abaixo.

Como ficou o resultado físico + financeiro deste pecuarista?

A média móvel dos últimos 5 dias de abril/24 do Indicador do boi gordo Cepea, que liquida o contrato futuro do boi na B3, ficou em R$231,39/@ em São Paulo (30/4).

Porém, o pecuarista possuía um seguro contra baixa em R$242,00/@, que custou R$4,00/@, o que representa um valor líquido de R$238,00/@.

Se o mercado futuro finalizou abril/24 em R$231,39/@ (média móvel), isso significa que o pecuarista recebeu do seguro R$10,61/@ (R$242,00 – R$231,39). Em valores líquidos, temos R$10,61 menos os R$4,00 do prêmio do seguro, portanto, R$6,61/@.

Considerando que esse produtor tenha vendido o gado no mercado físico por R$230,00/@, somando os R$6,61/@ recebido pelo seguro, o preço final (líquido) será de R$236,61/@.

Ou seja, o valor recebido pelo pecuarista considerando a venda dos animais no mercado físico e a operação de seguro contra a baixa de preços ficou 2,0% acima do preço praticado no mercado físico.

É válido lembrar que os valores são para fins de exemplo e sofrem alterações, conforme a variação de mercado.