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Planejamento para o milho segunda safra 2024/25 continua desafiador
De um modo geral, o resultado econômico da safra 2023/24 para o milho segunda safra foi negativo na maioria das regiões pesquisadas pelo Projeto Campo Futuro. Dentre as 16 praças acompanhadas nesta safra, somente quatro conseguiram saldar o Custo Operacional Efeito (COE), enquanto as demais regiões registraram margem bruta negativa. Embora os custos com fertilizantes, defensivos agrícolas e sementes tratadas tenham recuado e, portanto, contribuído positivamente para reduzir os custos, a queda acentuada nas cotações do milho diminuiu a rentabilidade do produtor na temporada.
Após esse cenário negativo registrado na safra 2023/24, a presente análise econômica para a temporada 2024/25 considerou a condição de terra própria, orçamento de produção para a tecnologia tolerante à herbicida e resistente à lagarta, coeficientes técnicos da safra 2022/23 e preços médios dos insumos de junho a julho de 2024. Na outra ponta, foi considerada a produtividade média das últimas cinco safras (2018/19 a 2022/23) e o preço médio do milho de junho a julho de 2024. As praças selecionadas para a análises foram: Sorriso (MT), Primavera do Leste (MT), Cascavel (PR), Rio Verde (GO) e Dourados (MS) – Figura 1.
O resultado mostrou que a quantidade de saca de milho para cobrir o COE, safra 2024/25, fechou em 125 sacas/ha para a região de Sorriso e de 110 sacas/ha para Primavera do Leste. Produtores das regiões de Cascavel e Londrina, respectivamente, necessitam de 84 sacas/ha e de 87 sacas/ha. Já para Dourados e Rio Verde, serão necessárias 85 sacas/ha.
No entanto, para saldar o Custo Total – que, além do COE, deve se pagar a depreciação, mão-de-obra familiar, juros sobre o capital investido e custo da terra –, a quantidade de sacas de milho é de 170 sacas/ha para Sorriso e de 155 sacas/ha para Primavera do Leste. Nas regiões de Cascavel e Londrina, 156 sacas/ha e 136 sacas/ha, serão necessárias, respectivamente. Já a quantidade de saca de milho para saldar o CT de 2024/25 para as regiões de Dourados é de 125 sacas/ha e, em Rio Verde, de 118 sacas/ha. Vale lembrar que as produtividades médias das últimas cinco safras (2018/19 a 2022/23) foram de 114 sacas/ha para Sorriso, de 102 sacas/ha para Primavera do Leste, de 88 sacas/ha para Cascavel, de 74 sacas/ha para Londrina, de 98 sacas/ha para Rio Verde e de 78 sacas/ha para Dourados.
Portanto, no patamar de preço praticado nos meses de junho e julho de 2024, o planejamento do milho segunda safra para a temporada 2024/25 volta a se tornar crítico. A quantidade de saca para saldar o custo de produção está bem próximo da produtividade média histórica, e para algumas regiões os custos estão superando a quantidade colhida. Esse cenário está parecido com a safra 2023/24, mas numa situação que o produtor está mais descapitalizado devido às frustações de colheita das safras passadas.
Comunicado Técnico
Cereais, fibras e oleaginosas